Fonte: Assessoria de imprensa do Sinal
A primeira etapa de negociação entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), juntamente com uma comissão de líderes sindicais dos estados e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada no último dia 17 de outubro, resultou na conquista de uma atenção exclusiva à saúde para o setor de frigoríficos. O programa vinculado à CNI promete reduzir a incidência de doenças e acidentes de trabalho por meio de ações preventivas.
O presidente da CNTA, Artur Bueno, aprovou a iniciativa e acredita que a parceria irá contribuir para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador que, dentre outras condições precárias de trabalho, enfrenta atualmente jornadas excessivas sem a oportunidade de descanso e refeição adequada.
Segundo ele, o Serviço Social da Indústria (SESI), já está estudando as características do setor para definir medidas que possam colaborar com a redução de doenças ocupacionais e acidentes no setor.
"A questão da saúde e da segurança para nós está em primeiro lugar. Dentro dessa possibilidade, evidentemente que nós estamos abrindo negociação para os outros itens como a questão do piso e horário para refeição porque a questão do trabalhador ter uma refeição de três em três horas faz parte também da saúde do trabalhador e eles foram sensíveis com essa questão", diz.
O presidente do Conselho de Relações do Trabalho e Desenvolvimento Social da CNI, Alexandre Furlan, avalia que o primeiro passo da negociação acaba de ser dado, assim como a evolução da discussão de outros pontos que serão debatidos a partir de agora entre as bases patronais.
"Vamos mostrar para as bases o que nós estamos realizando aqui no topo da pirâmide para que eles saibam o que estamos discutindo e nos respaldem, tanto no sentido de nos dizer até onde é possível fazer concessões, até onde é possível buscar essas melhorias porque a síntese de tudo é que não é um benefício nem só para o trabalhador nem só para a empresa. Acho que é um benefício para a sociedade quando você tem uma indústria mais saudável", diz.
Durante o encontro, a CNTA expôs as prioridades para o setor em exposições de estudos levantados pelos representantes do Dieese, Carlos Eduardo Noronha; da assessoria jurídica da CNTA, Sid Riedel; e da engenheira em segurança do trabalho, Maria Elídia Vicente.
De acordo com Artur, a expectativa é evoluir as negociações com a CNI até o dia 17 de novembro, data do seminário nacional da CNTA que será realizado em São Paulo, para avaliar o andamento das negociações a partir da data de entrega da pauta de reivindicações, ocorrida em setembro desse ano.
"Deixamos claro que como início a parceria com o SESI é interessante, mas é preciso evoluir mais. Falamos para eles que nós temos pressa. Nós estamos programando um seminário e nele nós precisamos pelo menos ter uma visão mais clara de até onde nós já chegamos e eles se comprometeram a conversar com as bases deles e nos posicionar", diz.
Norma Regulamentadora
Na ocasião, também a CNTA juntamente com a comissão concluiu a proposta da CNTA para constar na Norma Regulamentadora dos frigoríficos, entregue ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para análise.
O documento elaborado faz parte da discussão e aprovação no 5º Congresso Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação, realizado nos dias 20, 21 e 22 de setembro, para tentar regulamentar o trabalho nos frigoríficos de forma a atender as necessidades da categoria.
“A nossa proposta contém doze itens. Entre eles, um ponto importante é que a cada 50 minutos de trabalho o trabalhador tenha 10 minutos para poder se refazer. Hoje foi o último dia para consulta pública e agora as sugestões serão analisadas para estar sendo elaborada a NR para ser publicada e passar a vigorar”, finaliza Bueno.
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