Fonte: Assessoria de imprensa da Força Sindical RS
Na abertura das discussões, o presidente Clàudio Janta saudou o colaborador Paulinho que mesmo trabalhando conseguiu cursar ensino técnico.
A deputada Juliana Brizola mencionou o ideal das escolas integrais pensando e implementado pelo seu avó, Leonel Brizola, com os CIEPs.Juliana trouxe para a tarde de debates um vídeo sobre o projeto dos CIEPs e o que representou ao Rio de Janeiro, onde foi implementado inicialmente. No RS, o então governador Alceu Collares também implementou um modelo similar. Juliana defende o investimento de governos prioritariamente em educação. Ela disse que apesar da bandeira da educação ser de Leonel Brizola, alguns políticos do PDT não implantam os CIEPs. Por isso, a educação e os CIEPs independem de banderias partidárias. "Sabemos que as desculpas são sempre a falta de dinheiro, mas acreditamos que é uma questão de prioridades", disse. A PEC 215/2011 foi apresentada pela deputada na ALRS para progressivamente o Estado ofereça o ensino de turno integral. O projeto foi apresentado para resgatar a qualidade do processo educacional no RS. Os alunos passam apenas 3,2 horas por escola, quando o recomendado é de 4 horas, seja ensino fundamental ou médio.
"Os CIEPs vem colaborar com tal necessiade dos gaúchos, pois estamos atrás de estados como Maranhão e Pernambuco. Então a PEC vem fundamentada nestas questões", explicou Juliana.
O Executivo é quem decide quais políticas de educação serão tomadas, porém, os deputados pressionam por mudanças e ações. "As mudanças na educação só serão feitas pelo conjunto da sociedade. Sabemos que a realidade educacional está muito abaixo do que precisamos, a população tem que se mobilizar a cobrar, especialmente nas manifestações públicas. Infelizmente o poder político trabalha muito sob a pressão da sociedade", destacou.
Para a deputada, osR$ 75 milhões destinados à educação pelo Plano Plurinual do RS não são suficiente. "É pouco",disse a deputada. A deputada diz que na prática a sociedade faz muito pouco pela educação pública de qualidade. "Em casa todos se rebelam, reclamam, mas falta ação concreta e manifestação", sugeriu Juliiana.
A ex-secretária estadual de Educação, Mariza Abreu, começou sua abordagem da educação pelo viés do desenvolvimento. Mariza foi a gestora estadual do ensino no governo de Yeda Crusius. Segundo a professora, a educação de qualidade para todos garante crescimento de produtividade e inserção do país no mundo global, além, é claro, da qualidade de vida. Aprender é um direito de todas as pessoas que vivem na sociedade.
Mariza apresentou cinco metas do programa Todos pela Educação: currículoo, magiistério, professor valorizado, extensão da jornada de trabalho (mais tempo de aprendizagem) e uso dos resultados da avaliação para melhoria das condições de educação.
"As bandeiras não são a escola integral e, sim, nos levam no caminho do turno integral", afirmou. Como o MEC não faz avaliação da alfabetização das crianças, disse a palestrante, o programa Todos pela Educação tomou a iniciativa de fazer. A secretária mostrou índices muito baixos de alunos capacitados em matemática e português depois de se terminarem os estudos escolares.
Mariza demonstra que a cada governo as despesas com MDE e com educação em relação ao PIB vem diminuindo progressivamente. Ela explica ainda que no regime previndenciário os brigadianos e o magistério são as duas categorias que mais gastam, justamente pela diferenciação previdencária que têm. Assim, a educação e a segurança pública devem ser setores prioritários de investimentos, já que os inativos estão no mesmo filão dos ativos e da infra estrutura da área. "É necessário mais dinheiro? Com certeza. Mas só dinheiro não adianta. É necessário gestão", disse.
Ela explicou a constante disputa na gestão dos serviços públicos no Brasil entre o corporativismo e a cidadania. A ex-secretária fez um resgate histórico sobre a educação escolar nos tempos, passando peloo início do século XX, revolução industrial, até a o século XXI, com a incorporação da tecnologia em todos os espaços da vida social.
Um dos pilares desta nova educação impenge ao aluno e a professor "aprender a aprender", com a escola não sendo mais a detentora da informação. "A escola tem que ajudar a pensar a ter autonomia de conhecimento diante da informação que está solta no mundo, aprender a selecionar, aprender a entender a informação", disse Mariza. Em resumo, a escola tem que preparar o estudante para o uso das novas tecnologias na dimensão pessoal, profissional e cidadã.
Diante da nova relação com o trabalho, a mudança de currículo, especialmente do ensino médio. Assim, há cinco competências básicas da inteligência humana: dominar linguagens, compreender fenômenos, enfrentar situações-problema, construir argumentações e elaborar propostas.
"O problema é como se preparam os professores para ensinar os processos tecnológicos e como transformar essas questões e problemaws em demandas sociais", disse.
"Desatar o nó carreira X salário do magistério é o desafio para poder pensar os novos desafios", frisou. Novas mídias devem promover aprendizado diferenciado e treinamento é fundamental, finalizou Mariza Abreu.
Já Janise Alvares Collares relatou como tem sido a inclusão digital das escolas de Bagé, um município do interior do Estado bastante arraigado, através do programa Proinfo que promove o uso das tecnologias na escola. Na fase piloto, foram adquiridos 445 laptops e depois, com recursos próprios, este número aumentou consideravelmente.
Como os alunos são nativos digitais, Janise destaca a necessidade da formação dos professores através de programas. Entre 2009, 128 participantes fizeram o curso de educação digital (40h) e 30 participantes cursaram o Ensinando e Aprendendo com TICs entre 2010 e 2011. O Projeto UCA, do governo federal, é semi-presencial e ocupa os 26 professores da escola modelo de Bagé.
"Valorizamos as TICs em nossas escolas porque favorecem os alunos, a comunicação entre as escolas, contato com as famílias e auxiliam na prestação de contas para a comunidade", apontou Janise. A democratização do acesso das informações também é citada como grande benefício da inclusão digital das escolas de Bagé. "Democratiza a possibilidade das pessoas estarem em lugares que antes não poderiam estar", disse.
Os alunos PNEs também foram beneficiados sobremaneira neste processo, contou a professora.
A mediação do debate foi realizada pelo presidente do Sindicato dos Zeladores, Edson Feijó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário