sábado, 22 de outubro de 2011

Fortaleza (CE): 500 mil desempregados terão que se reciclar

Sab, 22 de Outubro de 2011
Fonte: Diário do Nordeste
A partir do próximo ano, o trabalhador demitido que buscar por mais de três vezes o seguro desemprego terá de fazer, obrigatoriamente, um curso de capacitação, com frequência comprovada, para que possa receber novamente o benefício.
Em mais uma visita a Fortaleza, Carlos Lupi ressalta medidas para reduzir despesas com o seguro-desemprego
"Vamos começar, inicialmente, com cerca de 500 mil trabalhadores, com aqueles mais reincidentes", sinalizou ontem, o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Carlos Lupi, ao comentar que somente este ano, 6,5 milhões de brasileiros estão percebendo o seguro-desemprego, enquanto há uma série de empresas em busca de mão de obra melhor qualificada.
Conforme explicou o ministro, o curso será custeado pelo MTE, por meio de um "voucher", um cupom, que dará direito ao desempregado buscar uma empresa de capacitação, para que possa ampliar os conhecimentos e melhorar a qualificação profissional. "Isso vai facilitar a que ele consiga um emprego mais fácil", aposta Lupi.
Sistema integrado
Em Fortaleza, onde participa de uma série de compromissos políticos e trabalhistas, Carlos Lupi anunciou ainda, a instalação de um sistema integrado em todas as quatro mil unidades do Sine, no País, que irá reunir e listar todas as vagas de empregos disponíveis, para oferecer ao trabalhador desempregado que buscar o salário-desemprego. "Estamos integrando todo o sistema para conhecer a vagas disponíveis no mercado e oferecer ao trabalhador. Aí, somente se ele não conseguir ocupar aquela vaga, será concedido o seguro", explicou o ministro.
Segundo ele, essa experiência-piloto, foi implementada em alguns Estados e já teria reduzido em até 10%, o número de seguros-desempregos concedidos. "Nossa meta é chegarmos a 35%. Não queremos reduzir benefícios, mas gerar empregos", justificou Lupi. Ele disse que a experiência será aplicada no Ceará, em breve.
Negociação permanente
Em princípio, as medidas vêm atender uma reclamação recorrente do Sindicato das Empresas da Construção Civil (Sinduscon-CE). "Há quatro mil vagas disponíveis no setor, enquanto cerca de 12 mil operários, recentemente demitidos, estariam recebendo o seguro desemprego e trabalhando na informalidade", apontou o presidente do Sinduscon-CE, Roberto Sérgio.
Diante de pleito por maior elasticidade no prazo para cumprimento da lei de cotas, para inclusão de portadores de deficientes físicos nas empresas, apresentada pelo presidente da Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas (FCDL), Honório Pinheiro, o ministro sugeriu a formação de uma mesa permanente de negociação, reunindo empresários, representantes dos trabalhadores e de portadoras de deficiência e fiscais do trabalho, como forma de se discutir mais o assunto. "Precisamos de mais diálogo, para que compreendam ( trabalhadores e fiscais do trabalho) que há setores em que é difícil completar a cota de deficientes nas empresas, exigida por lei", defendeu Lupi, citando como exemplos, empresas de transportes, de energia elétrica, de limpeza urbana .
Em meio à reunião, que reuniu um grupo de empresários da indústria e do comércio, Pinheiro sugeriu a realização de uma campanha de esclarecimento sobre o benefício de proteção continuada (BPC), que é concedido a portadores de deficiência desempregados e que não têm como se manter. Lupi sinalizou positivamente com a ideia.
Durante entrega ontem do registro sindical do Sindicato das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc), Lupi reforçou a importância do Governo Federal investir mais na formação de profissionais na área de ciência e tecnologia.
Emprego
2,5 milhões de empregos serão gerados este ano no Brasil, segundo garantiu ontem, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi
CARLOS EUGÊNIO
REPÓRTER

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