segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Praia Grande (SP): Juruna repudia proposta de mais de um sindicato de categoria em cada base territorial

Ter, 18 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de imprensa da Fecomerciários-sp
Além de Juruna, fizeram palestras no Congresso dos Comerciários, o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio; o secretário estadual do Trabalho, Davi Zaia e o apresentador do SBT, Carlos Nscimento.
“A Força repudia a proposta da CUT de que haja mais de um sindicato representando determinada categoria, como a dos comerciários, em uma mesma base territorial, pois isso racha o movimento sindical e enfraquece a luta dos trabalhadores”, afirmou o secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, que participou neste sábado (15/10) do 20º Congresso Sindical Comerciário, no Centro de Lazer da Fecomerciários em Praia Grande.
Para Juruna, outra posição da CUT que racha a unidade do movimento é sua defesa do fim da contribuição sindical. Para ele, as entidades sindicais dependem do custeio para oferecer benefícios aos trabalhadores.
Juruna substituiu o presidente da Força, deputado federal Paulo Pereira da Silva, na palestra “Ações Unitárias das Centrais: Por que fortalecê-las?”. Paulinho da Força, que participou da abertura do Congresso, na quinta-feira, não compareceu ontem por problemas na agenda.
Durante sua palestra, Juruna fez um balanço do movimento sindical desde a década de 1980, do crescimento da Força Sindical, que foi criada em 1991 e hoje tem mais de 2.200 entidades filiadas, e das inúmeras conquistas da Central. “Nesses anos todos, a Força tem influenciado até as ações de outras Centrais”, garantiu.
No final, Juruna cumprimentou o presidente da Fecomerciários, Luiz Carlos Motta, pela Convenção Coletiva vitoriosa dos comerciários, que tiveram reajuste salarial de até 10,5% e avanços nas cláusulas sociais. “Foi um acordo excelente, o maior aumento dos últimos tempos, graças ao trabalho do Motta pela unidade dos comerciários”, afirmou, dizendo que essa ação valorizou ainda mais o 20° Congresso Comerciário.
Diretor do Dieese diz que Brasil continua crescendo porque fez a lição de casa

“A crise econômica internacional de 2008 [e seus reflexos nefastos que perduram até hoje] é talvez a maior da história do capitalismo. Assim mesmo, o Brasil continua crescendo porque fez bem a lição de casa e hoje é um exemplo para o mundo. Nossa dinâmica econômica promove um crescimento sustentado, com melhoria do salário do trabalhador, distribuição mais justa de renda e recuperação do mercado interno”, disse neste sábado (15/10) o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz, durante palestra no 20º Congresso Sindical Comerciário que a Fecomerciários realiza no Centro de Lazer da categoria em Praia Grande.


Para Ganz, que falou sobre “Campanhas Salariais e Conjuntura Econômica: Balanço e Perspectivas”, boa parte dessas conquistas tem a ver com o movimento sindical, que mostrou que crescimento econômico sustentado, salário mínimo decente e outros benefícios aos trabalhadores não geram inflação e nem quebram o País. “A renda média do trabalhador dobrou nas últimas duas décadas (hoje é de R$ 20 mil/ano) e pode dobrar de novo nos próximos 10 a 15 anos”, disse.

Mas o diretor do Dieese alertou que as Centrais e seus sindicatos devem se preparar para enfrentar algumas dificuldades por conta dos reflexos da crise mundial. Segundo ele, a ação sindical entra agora num período diferente, já que o Brasil não deve crescer os esperados 4,5% e o patronato prepara argumentos para reduzir conquistas dos trabalhadores. “Se o nível de atividade continuar em queda, o comércio é o primeiro setor que sente o impacto. Portanto, é imprescindível que a Fecomerciários e seus sindicatos lutem para a manutenção dos salários e preservação do emprego”, afirmou.
Secretário diz que Governo Alckmin vai aplicar R$ 140 milhões em qualificação profissional O secretário estadual de Relações do Trabalho, Davi Zaia, foi o segundo palestrante do sábado (15/10) no 20º Congresso Sindical Comerciário, realizado pela Fecomerciários no Centro de Lazer em Praia Grande, abordando o tema “Adoção do Trabalho Decente”.
Zaia afirmou que existe um compromisso do Governo de São Paulo para avançar na conquista de empregos de melhor qualidade, que possam valorizar o ser humano, sem discriminação e nenhum tipo de preconceito. “Precisamos de emprego com liberdade, com boa remuneração e com boas condições de trabalho. Esse é o desafio que temos pela frente. O mundo globalizado pensa sempre em reduzir custos e eficiência, e muitas vezes em detrimento da qualidade do trabalho. Então nossa luta é para que a gente tenha emprego, com qualidade e com respeito ao ser humano”.
De acordo com o palestrante, o Governo do Estado vai aplicar R$ 140 milhões em qualificação profissional através de instituições como o SEST/SENAT, fornecendo bolsa-estudo de R$ 210 e vale transporte. O trabalho de seleção dos trabalhadores será realizado pelos Postos de Atendimento ao Trabalhador (PAT). “Os PATs serão os responsáveis pela seleção porque conhecem a realidade de cada município e não é só para cadastrar, mas também estabelecer qual o curso que será aplicado, para contemplar a real necessidade de cada cidade ou região. Onde não existe PAT a seleção fica a cargo da Comissão Municipal de Emprego e da Prefeitura”.
O secretário ressaltou também a importância da 1ª Conferência Estadual de Emprego e Trabalho Decente, que será realizada nos dias 23 e 24 de novembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo, que terá participação tripartite (Governo, setor público e trabalhadores). Alguns dos objetivos serão indicar as prioridades de atuação do Poder Executivo na consecução de uma Política Estadual de Emprego e Trabalho Decente; incentivar o estabelecimento de empresas sustentáveis e propor mecanismos de articulação e cooperação institucional; e propor políticas de proteção social aos trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias, pessoas com deficiências e de todas as orientações sexuais e etnias.
“A conferência vai ser importante para estabelecer um bom diagnóstico da situação do Estado, estabelecer metas e, partir daí, a gente ter objetivos concretos a serem perseguidos na política pública de emprego”, afirmou Zaia.
Carlos Nascimento valoriza categoria e a importância das causas coletivas
O jornalista Carlos Nascimento (SBT) foi recebido com muito entusiasmo no auditório do Centro de Lazer dos Comerciários para realização da última palestra do 20º Congresso Sindical Comerciário, neste sábado (15), no Centro de Lazer dos Comerciários em Praia Grande.
“Não esperava ser recebido com tanto carinho, com um plenário cheio, apesar de estarmos perto da praia e também não fazia idéia que os dirigentes se dedicavam à causa com tanto entusiasmo”. Com estas palavras o jornalista abriu sua palestra, que teve como tema “O Sindicato Vencendo Atritos e se Aproximando Mais dos Jornalistas”.
Nascimento lembrou as primeiras coberturas jornalísticas no meio sindical e que estas notícias apareciam muito pouco. O amadurecimento da cobertura sindical se deu com o advento Lula e as grandes greves do ABC, no final dos anos 1970. “A partir deste momento a TV começou a fazer a cobertura e as causas sindicais começaram a aparecer na mídia. O movimento sindical cresceu e passou a fazer parte da vida das pessoas”, disse.
Sobre o contato entre os sindicalistas e a imprensa, o jornalista afirmou ser uma relação antagônica. “Um lado quer ver uma coisa e, às vezes, sai outra na reportagem. Isso acontece porque temos que ouvir todas as partes envolvidas, filtrar as informações e colocar no ar o material de maneira isenta, o que nem sempre agrada a todos. Esse relacionamento pode melhorar, por exemplo, com o sindicalista entendendo que o jornalista também é um trabalhador”.
Outro ponto destacado foi o pensamento individualista da sociedade que quase nunca pensa coletivamente. “Todos deveriam se engajar em alguma causa, mesmo que não seja sindical, mas para lutar pelos seus direitos, para saber em quem votar, para melhorar sua condição de vida. Quando pensarmos coletivamente, seremos mais fortes e aqui neste Congresso encontrei pessoas pensando no bem comum, no coletivo. Inclusive eu acho inacreditável que uma profissão com tanta gente, com uma dimensão enorme, não seja regulamentada”, afirmou o apresentador, ressaltando que a regulamentação da categoria comerciária é muito importante porque dá mais força e garante direitos.
Carlos Nascimento salientou ainda que o fundamental para a luta e para as conquistas é o poder de organização. “Vocês comerciários estão fazendo isso, com um Congresso bem organizado, sério, com representatividade e participação da categoria, mostrando que o líder sindical comerciário é tão importante quanto os líderes sindicais de outras profissões porque representam milhões de trabalhadores. Acredito que uma missão e um desafio é fazer com que o sindicalismo do comércio seja mais conhecido porque a sociedade é individualista e não dá valor às causas coletivas. Mas isso é uma questão cultural e vai mudar com o tempo".
Encerrando a atividade, o presidente da Fecomerciários, Luiz Carlos Motta, ressalvou que a estrutura do Congresso é apenas uma parte do trabalho da entidade. “Contamos com 66 Sindicatos filiados, todos bem montados e trabalhando com responsabilidade junto à categoria comerciária, que é realmente muito forte e muito bem representada. Por isso agradecemos os elogios, a presença do jornalista Carlos Nascimento e demais palestrantes

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