segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

São Paulo (SP): Alta de 14% do mínimo afeta negociações de pisos regionais

Ter, 13 de dez/2011
FONTE: informações do jornal Valor

Nenhum dos cinco Estados da Federação que adotam a política de salário mínimo regional decidiu até agora qual será o piso em 2012. São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul já começaram as negociações entre centrais sindicais e federações patronais, que devem ser mais duras neste ano. Cerca de 15,7 milhões de pessoas recebem salário mínimo regional nesses Estados.
O reajuste próximo a 14% do piso nacional é considerado alto pelos empregadores, que, com os pisos regionais, pagam atualmente pelo menos 10% a mais que o mínimo nacional. No Paraná, o piso regional é 35% maior que o brasileiro. São Paulo e Rio Grande do Sul devem agilizar as discussões, já que seus pisos, de R$ 600 e R$ 610, respectivamente, estão abaixo do valor estimado para o mínimo nacional em 2012 - R$ 622, por enquanto. Nesses casos, o piso nacional será adotado a partir de 1º de janeiro até que haja uma decisão.
Nos últimos dois anos, quando esses cinco Estados já tinham adotado o mínimo regional, apenas o Rio Grande do Sul em uma ocasião, reajustou o seu piso abaixo do índice de reajuste do salário mínimo nacional. O primeiro Estado a adotar o mínimo regional foi o Rio de Janeiro, em dezembro de 2000. Desde então, a tendência são índices pouco acima do reajuste nacional. Raras vezes os pisos regionais tiveram reajustes inferiores, tendência que deve ser contrariada este ano.
 "Estamos começando a olhar isso agora", segundo Davi Zaia, secretário do Trabalho em São Paulo. A primeira reunião entre empregadores e centrais será realizada amanhã, mas há certo pessimismo quanto à adoção do mesmo reajuste do piso nacional em 2012, que considera o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 - de 7,5% - e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2011, cujo acumulado em 12 meses até novembro avançou 6,18% -, o que provocará um reajuste do mínimo nacional próximo a 14%. "[Em São Paulo] Não sei se o reajuste será maior, porque o nacional está muito alto. Mas, se for menor, cria-se o problema de o mínimo nacional se aproximar do regional, o que tira a importância dessa política", diz Zaia.
Segundo um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), mais de 7,2 milhões de trabalhadores recebem o salário mínimo regional em São Paulo. Em 1º de janeiro, quando o novo mínimo nacional, que hoje seria reajustado para R$ 622,08, passar a valer, o Estado de São Paulo, que paga piso de R$ 600, terá que se adequar até que o piso regional seja decidido - o que está programado para 1º de março. O ajuste, nesse caso, implicará em pelo menos R$ 159 milhões a mais na economia mensalmente, sem considerar o aumento regional. Esses R$ 22,08 a mais no piso do Estado representam um reajuste de apenas 3,68% frente ao salário que já é pago, o que provavelmente não será aceito pelas centrais sindicais.
"A intenção é manter o compromisso de reajuste pelo menos igual ao nacional", segundo Zaia. O Estado, que passou a adotar o piso regional em agosto de 2007, sempre reajustou o seu piso (pouco) acima do índice nacional.
O Paraná é o Estado que paga o maior piso salarial no Brasil. Fixado em R$ 736 desde maio deste ano, o cenário mais provável para o salário mínimo em 2012 é que ele mantenha a diferença de R$ 191 em relação ao mínimo nacional, o que representaria um reajuste de 10,47%, acima da inflação no período. "Houve sinalizações para manter essa diferença. Estamos analisando como aumentar a renda dos trabalhadores sem perder competitividade", diz Núncio Mannala, coordenador da Secretaria do Trabalho, Emprego e Economia Solidária do Estado. Segundo ele, os setores agropecuário e de serviços são mais resistentes durante as negociações, já que neles o peso de trabalhadores que recebem um salário mínimo é maior no total de empregados.
Mannala atribui à alta rotatividade e à falta de mão de obra qualificada o interesse dos empregadores no Estado em manter um salário atrativo. "Estamos tentando mudar o perfil do trabalhador no Paraná. Temos um problema conjuntural. O salário mínimo regional funciona como um incentivo para que as trocas de emprego diminuam. Esse piso alavancou a economia como um todo desde que foi criado", afirma.
"O efeito moral do piso regional é incentivar que alguns sindicatos forcem para cima os salários nas convenções coletivas", acrescenta Mannala. Ele conta que a categoria das empregadas domésticas foi talvez a que teve uma das maiores conquistas. "De uma hora para outra o salário de cerca de 500 mil domésticas aumentou R$ 200. Com isso, o número de diaristas tende a diminuir no Estado e a estabilidade no emprego, aumentar."
A primeira reunião do conselho que vai negociar o piso de Santa Catarina acontece hoje. No Estado, onde o mínimo regional foi adotado há dois anos, a data-base é 1º de janeiro. Em 2011, a decisão só saiu em março, mas o reajuste foi retroativo. De acordo com Moacir Rubini, presidente do Conselho Estadual de Trabalho e Emprego de Santa Catarina, o mesmo deve acontecer em 2012.
As centrais sindicais pediram um índice de reajuste igual ao nacional. As federações e o próprio governo ainda não se manifestaram para indicar qual a sua posição. "O parâmetro que temos é o Paraná. Queremos um índice próximo ao deles. Para que os valores dos pisos em SC e no PR se aproximem, negociamos esse alto índice", diz Rubini. "A orientação dada aos sindicatos é que nenhuma categoria assine acordo inferior ao piso regional, como acontece em outros Estados."
No Rio Grande do Sul, há grande chance de cair nas mãos do governador Tarso Genro (PT) a decisão sobre o mínimo regional, que hoje está em R$ 610. O Valor apurou que centrais sindicais e federações patronais divergem muito nas suas propostas de reajuste para 2012. Enquanto os empregadores querem pagar o INPC, os trabalhadores pedem 18% de reajuste - o que elevaria o piso regional para R$ 719,80.
O argumento utilizado pelas centrais é que esse aumento colocaria o piso gaúcho no mesmo patamar de valorização que ele estava em 2001, quando o mínimo do Estado era 27,7% maior que o nacional. "Há dez anos, o salário mínimo estava depreciado e o Rio Grande do Sul crescia acima da economia brasileira. Era uma soma de fatores que levava a essa diferença. Vamos tentar acordar um índice intermediário", diz Marcelo Daneres, secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul.
Uma câmara temática que foi criada em 2011 para discutir a política de valorização salarial fez na sexta-feira a sua última reunião, que terminou sem acordo. Como as partes não chegaram a um acordo, Genro deve anunciar até quarta-feira, 14, o índice de reajuste. No Estado, o novo mínimo deve valer a partir de março, mas, antes, precisa ser aprovado na Assembleia Legislativa. "A valorização do mínimo tem garantido o crescimento do mercado interno. O piso regional é uma importante ferramenta para a distribuição de renda", afirma Daneres. Caso a opção do governador seja igualar o salário do Estado ao nacional, o reajuste necessário seria de 1,98% e o impacto na economia, de R$ 13,3 milhões.
A Secretaria de Estado da Casa Civil do Rio de Janeiro informou que o governo só irá se manifestar quando houver uma decisão a respeito do reajuste do piso regional.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

São Paulo (SP): Cipeiros pedem mais tempo para exercer função na fábrica

Ter, 25 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de imprensa da CNTM           
O segundo dia do 11° Encimesp – Encontro de Cipeiros Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes - foi marcado pela apresentação das propostas discutidas pelos grupos de trabalho, formados no primeiro dia do encontro, na quinta-feira (20), e o encaminhamento das resoluções.
Foram cinco os grupos de trabalho formados – azul, vermelho, verde, branco e amarelo –, que debateram os desafios dos cipeiros e as ações a serem empreendidas para o desenvolvimento do trabalho nas fábricas.
O presidente do Sindicato, Miguel Torres, ressaltou a importância dos cipeiros debaterem o que é preciso para melhorar as condições de segurança nas empresas e a participação dos trabalhadores nas ações para alcançar o objetivo de risco zero.
“Nem todos dão importância à questão da segurança e à CIPA. Sabemos das dificuldades que os cipeiros encontram para desenvolver o seu trabalho e nossa intenção é ampliar a discussão dentro das fábricas, promover mais encontros, conscientizar e melhorar a formação dos cipeiros e dos trabalhadores”, disse.
O encontro foi prestigiado pelo Superintendente Regional do Trabalho, José Mello, que falou a importância do trabalho da CIPA. “O papel do cipeiro é mudar a realidade nas fábricas. Somos campeões de acidentes do trabalho e doenças profissionais e o Ministério do Trabalho tem que dar suporte a vocês”.
De acordo com o superintendente, “as Cipas atuantes ajudam o bom empregador e a representação do sindicato no local de trabalho”.
O diretor Luisinho, coordenador do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, do Sindicato, completou, dizendo que “as empresas têm de ter responsabilidade social e os consumidores têm que atuar como fiscais e não comprar produtos de empresas que mutilam e matam trabalhadores.” Daí a importância da conscientização da sociedade para a questão da segurança nas empresas.
O 11° Encimesp foi realizado no Centro de Lazer da Família Metalúrgica, em Praia Grande, com a participação de cerca de 180 trabalhadores de 150 empresas metalúrgicas.
O evento contou também com a participação do companheiro Arnaldo Gonçalves, secretário nacional de saúde e segurança da Força Sindical.
Resoluções aprovadas:
Desafios:
- Melhorar a relação com os trabalhadores quanto ao uso dos equipamentos individuais de proteção
- Conscientizar os companheiros(as) sobre os riscos na área de trabalho
- Conhecer e fiscalizar as áreas de risco
- Melhorar a qualificação dos trabalhadores para lidar com os processos de trabalho
- Ter canal de relacionamento direto com os gestores da empresa, responsáveis pelas decisões
- Despertar a consciência dos líderes e gestores da fábrica para ajudar a permitir a atuação dos membros da CIPA
- Fazer com que os responsáveis pela gestão levem em conta as prioridades do mapa de risco
- Dificuldades no acesso a registros e informações sobre acidentes de trabalho
Problemas:
- Falta de campanhas educativas de prevenção
- Dificuldade de parar máquinas com risco eminente de acidentes
- Formação dos Cipeiros: faltam cursos e treinamento de 20 horas são ineficazes
- Falta de treinamento e de EPIs e EPCs para os trabalhadores
- Não atendimento às ocorrências de acidentes relatadas pela CIPA
- Ausência de um sistema de monitoramento e acompanhamento de informações sobre acidentes de trabalho.
- Falta de suporte técnico ou informações sobre segurança por parte da empresa
- Desconhecimento das normas técnicas por parte de empresários e chefias
- Pressão sobre o Cipeiro, perseguição, falta de diálogo
- Dificuldade na realização, planejamento e execução de ações de trabalho
- Falta de conscientização e de conhecimento, de membros da CIPA, sobre riscos específicos
Ações propostas:
- Lutar por tempo livre para os Cipeiros; de pelo menos duas horas por semana para o desenvolvimento do seu trabalho
- Garantir o direito da recusa ao trabalho em caso de risco eminente ao trabalhador
- Dar treinamento dos trabalhadores para melhor uso dos EPIs
- Sensibilizar, conscientizar e educar os trabalhadores para a segurança do trabalho
- Promover atividades de integração entre funcionários e cipeiros
- Treinamento trimestral, informativo e cursos aos cipeiros com ajuda do Sindicato
- Realização de cursos para que o cipeiro aprenda a reconhecer riscos e elaborar mapa de riscos
- Organizar calendário com ações para melhorar a atuação de CIPA
- Mais comunicação e aproximação do Sindicato com as CIPAs
- Incluir os trabalhadores terceirizados nos treinamentos de segurança do trabalho
- Elaborar campanhas de prevenção por meio de eventos, panfletos, teatros, filmes etc.
- Conhecer e utilizar melhor o CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador)
- Agendar visitas e palestras ao CEREST para conhecer o que é e quais os serviços que oferece
- Propor ao Sindicato realizar convênio com o CEREST para formação de cipeiros
- Ter um quadro/mural na fábrica para divulgação dos resultados do trabalho da CIPA
- Definir calendário de reuniões e maior tempo livre para os cipeiros
- Desenvolver sistema de informações sobre acidentes para tomada de decisões
Apoio à CIPA:
- Garantir o cumprimento da Convenção Coletiva quanto às questões de segurança e saúde
- Fortalecer a autonomia dos cipeiros para encaminhamento das decisões
- Dar mais suporte técnico-jurídico para o cipeiro
- Acionar o Sindicato quando a empresa não colaborar com a CIPA ou com melhorias contínuas na fábrica
- Encaminhar proposta de mudança da legislação para tornar mais efetivas as decisões da CIPA e garantir a eleição que os trabalhadores elejam de todos os cipeiros e não apenas a sua representação
- Utilizar as reuniões da CIPA para chamar os responsáveis pelas decisões na fábrica
- Buscar diálogo transparente e objetivo entre chefia e CIPA
- Envolver mais o Sindicato na relação Patrões e CIPA
- Denunciar ao Sindicato qualquer forma de perseguição e intimidação ao trabalho dos cipeiros
Comunicação:
- Propor ao Sindicato fazer boletins informativos regulares sobre a atuação das CIPAS; promover reuniões regulares com as CIPAS, por região
- Mais rigor do Sindicato nas ações de segurança e inclusão de notícias sobre os problemas nas empresas no jornal do Sindicato

São Paulo (SP): Justiça decidirá revisão de 88 a 91 nesta semana

Ter, 25 de Outubro de 2011
Fonte: Jornal Agora            
Luciano Bottini Filho
O TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) decidirá, nesta semana, se o INSS tem mesmo de dar, até 31 de outubro, o reajuste da revisão pelo teto a todos os segurados excluídos do pagamento nos postos, principalmente os aposentados de 1988 a 1991, período chamado de "buraco negro".
O prazo para o julgamento foi informado ao Agora por assessores da juíza federal Therezinha Cazerta, relatora do processo. A juíza Márcia Hoffman, que substitui a titular do gabinete, não permitiu acesso aos documentos apresentados pelo INSS à Justiça.
Segundo um funcionário do tribunal, Márcia Hoffman está ocupada apenas com esse caso, em virtude da repercussão que a ação conseguiu ter.
O INSS está recorrendo da decisão do juiz federal Marcus Orione, que ampliou o acordo feito com o Ministério Público Federal e o Sindicato Nacional dos Aposentados. Mas, enquanto isso, quer que o prazo fixado por Orione para corrigir todos os benefícios que ficaram fora seja suspenso até sair uma decisão final sobre se os segurados do buraco negro têm direito ao reajuste.
Se for mantida a data-limite para a revisão, em caso de descumprimento da ordem dada pela Justiça Federal, o INSS terá de pagar multa diária de R$ 300 mil a um fundo de direitos coletivos.
Decisão política
“Agora, o centro desta questão é saber se o INSS vai ser prejudicado com o prazo”, diz o presidente da Escola Paulista de Direito, Rodrigo Castilho. Em outras palavras, o órgão terá de demonstrar que corre o risco de ser lesado enquanto o processo não termina. Ele poderá fazer isso indicando o impacto financeiro da revisão pelo teto durante o buraco negro. Até hoje, a Previdência Social nunca revelou números sobre este período.
Segundo Castilho, pela discussão envolver um tema previdenciário, os segurados estão em vantagem. “A jurisprudência é unânime em não suspender um decisão que trata de matéria de interesse social”, diz o advogado sobre o direito à revisão.
“Se isso não ocorrer, haverá, na verdade, uma decisão política. Mesmo que haja um valor expressivo, o juiz tem o dever de dar a decisão.”
A AGU (Advocacia-Geral da União), que entrou com recurso, não comentará o pedido antes de o tribunal julgá-lo.

sábado, 22 de outubro de 2011

São Paulo (SP): SP, RJ e Brasília têm quase 10 mil vagas de emprego abertas

Sab, 22 de Outubro de 2011
Fonte: Portal R7
Há oportunidades para todos os níveis de escolaridade
Quem está à procura de emprego pode encontrar uma vaga entre as 9.914 oportunidades nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
São chances para auxiliar administrativo, encanador, operador de telemarketing, recepcionista, eletricista, costureira, mecânico, professor, entre outros.
Só a capital paulista vai contratar 3.700 trabalhadores. Os melhores salários são para mecânico de empilhadeira (R$ 1.800), analista de suporte técnico (R$ 1.600) e costureira (R$ até R$ 1.500).
Já no Rio de Janeiro, são 5.909 oportunidades na capital e em cidades do interior, com destaque para as funções de telemarketing ativo e receptivo, e operador de vendas e de supermercados. Na Baixada Fluminense existem 245 postos de trabalho abertos, e o maior número de vagas é para lavador de ônibus, atendente de lanchonete e separador de material reciclável.
No DF, são 305 vagas disponíveis para diversas funções, com salários que variam de R$ 545 a R$ 3.800. Na maior parte dos cargos, é preciso pelo menos seis meses de experiência profissional na área desejada.
Onde estão as vagas
Para se candidatar a um dos empregos do CST de São Paulo, é preciso se cadastrar pelo site ou ir até um dos postos de atendimento nos seguintes endereços:
CST Liberdade
Rua Galvão Bueno, 782
CST Santo Amaro
Rua Barão do Rio Branco, 864
CST Pirituba
Av. Cabo Adão Pereira, 387
CST Capão Redondo
Estrada de Itapecerica, 3.770
Os interessados nas oportunidades no Rio de Janeiro e em Brasília podem encontrar as informações necessárias nas reportagens com informações das duas regiões.

Fortaleza (CE): 500 mil desempregados terão que se reciclar

Sab, 22 de Outubro de 2011
Fonte: Diário do Nordeste
A partir do próximo ano, o trabalhador demitido que buscar por mais de três vezes o seguro desemprego terá de fazer, obrigatoriamente, um curso de capacitação, com frequência comprovada, para que possa receber novamente o benefício.
Em mais uma visita a Fortaleza, Carlos Lupi ressalta medidas para reduzir despesas com o seguro-desemprego
"Vamos começar, inicialmente, com cerca de 500 mil trabalhadores, com aqueles mais reincidentes", sinalizou ontem, o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Carlos Lupi, ao comentar que somente este ano, 6,5 milhões de brasileiros estão percebendo o seguro-desemprego, enquanto há uma série de empresas em busca de mão de obra melhor qualificada.
Conforme explicou o ministro, o curso será custeado pelo MTE, por meio de um "voucher", um cupom, que dará direito ao desempregado buscar uma empresa de capacitação, para que possa ampliar os conhecimentos e melhorar a qualificação profissional. "Isso vai facilitar a que ele consiga um emprego mais fácil", aposta Lupi.
Sistema integrado
Em Fortaleza, onde participa de uma série de compromissos políticos e trabalhistas, Carlos Lupi anunciou ainda, a instalação de um sistema integrado em todas as quatro mil unidades do Sine, no País, que irá reunir e listar todas as vagas de empregos disponíveis, para oferecer ao trabalhador desempregado que buscar o salário-desemprego. "Estamos integrando todo o sistema para conhecer a vagas disponíveis no mercado e oferecer ao trabalhador. Aí, somente se ele não conseguir ocupar aquela vaga, será concedido o seguro", explicou o ministro.
Segundo ele, essa experiência-piloto, foi implementada em alguns Estados e já teria reduzido em até 10%, o número de seguros-desempregos concedidos. "Nossa meta é chegarmos a 35%. Não queremos reduzir benefícios, mas gerar empregos", justificou Lupi. Ele disse que a experiência será aplicada no Ceará, em breve.
Negociação permanente
Em princípio, as medidas vêm atender uma reclamação recorrente do Sindicato das Empresas da Construção Civil (Sinduscon-CE). "Há quatro mil vagas disponíveis no setor, enquanto cerca de 12 mil operários, recentemente demitidos, estariam recebendo o seguro desemprego e trabalhando na informalidade", apontou o presidente do Sinduscon-CE, Roberto Sérgio.
Diante de pleito por maior elasticidade no prazo para cumprimento da lei de cotas, para inclusão de portadores de deficientes físicos nas empresas, apresentada pelo presidente da Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas (FCDL), Honório Pinheiro, o ministro sugeriu a formação de uma mesa permanente de negociação, reunindo empresários, representantes dos trabalhadores e de portadoras de deficiência e fiscais do trabalho, como forma de se discutir mais o assunto. "Precisamos de mais diálogo, para que compreendam ( trabalhadores e fiscais do trabalho) que há setores em que é difícil completar a cota de deficientes nas empresas, exigida por lei", defendeu Lupi, citando como exemplos, empresas de transportes, de energia elétrica, de limpeza urbana .
Em meio à reunião, que reuniu um grupo de empresários da indústria e do comércio, Pinheiro sugeriu a realização de uma campanha de esclarecimento sobre o benefício de proteção continuada (BPC), que é concedido a portadores de deficiência desempregados e que não têm como se manter. Lupi sinalizou positivamente com a ideia.
Durante entrega ontem do registro sindical do Sindicato das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc), Lupi reforçou a importância do Governo Federal investir mais na formação de profissionais na área de ciência e tecnologia.
Emprego
2,5 milhões de empregos serão gerados este ano no Brasil, segundo garantiu ontem, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi
CARLOS EUGÊNIO
REPÓRTER

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Curitiba (PR): Metalúrgicos de 16 empresas já conquistaram aumento salarial de 2011

Sab. 22 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de Imprensa Simec
Após mobilização, mais de 4 mil metalúrgicos de 16 empresas de autopeças e, São José dos Pinhais e Quatro Barras conquistaram o avanço salarial de 2011.
Confira a tabela abaixo:
Empresa
Nº de
Abono
Vale-mercado
Aumento salarial
Faurecia Bancos
700
3.310,00
220,60
10,30%
Faurecia Escapamantos
30
3.310,00
220,60
10,30%
SAS
90
3.310,00
135,00
10,30%
Benteler
314
3.310,00
incorporado no salário
10,30%
Jtekt
400
3.310,00
187,50
10,30%
Gestamp
470
3.310,00
150,00
10,30%
Peguform
700
3.310,00
182,50
10,30%
Aethra (Rocha Pombo)
200
3.310,00
275,00
10,30%
Aethra(Rui Barbosa)
933
3.310,00
275,00
10,30%
TK Presta
110
3.310,00
182,50
10,30%
Pirelli
28
3.310,00
-
10,30%
TK Automotive
400
3.310,00
182,50
10,30%
Keiper
320
3.310,00
275,75
10,30%
Metagal
8
2.500,00
-
10,30%
Teneco
6
3.310,00
-
10,30%
TI Brasil
80
3.000,00
155
10,30%

Osasco (SP): 14 mil metalúrgicos mobilizados por aumento real na região de Osasco

Sab, 22 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco           
Os metalúrgicos encerram a semana com saldo de 14 mil trabalhadores mobilizados em oito municípios da região de Osasco, entre terça e esta quinta-feira, 20. Hoje, cerca de 3 mil metalúrgicos de Barueri, Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus fizeram assembleias de protesto. Com as assembleias e mobilizações, a estratégia do Sindicato é de manter a c
tegoria mobilizada para pressionar as empresas neste momento de negociação com os grupos patronais. Ao todo, trabalhadores de dez empresas fortaleceram as manifestações, entre elas: Arim, Rossini, KSB, Regsa e Engrecon.
No encontro, os diretores do Sindicato informaram aos trabalhadores o andamento das negociações e o cenário econômico do país. A intenção é levar a informação ao maior número de trabalhadores e mantê-los fortalecidos para a conquista da aprovação da pauta de reivindicação, que neste ano tem mais de 100 itens.
“Fechamos a semana com um saldo expressivo de envolvimento da categoria. Na semana que vem tem mais. É só o começo. Pode ficar mais intenso, dependendo das propostas dos grupos patronais. A mobilização dessa semana mostra que a categoria está preparada para greve, caso seja necessário”, avalia o presidente do Sindicato, Jorge Nazareno.
Próximos protestos - Os protestos se intensificam na próxima semana, nas fábricas de Osasco, Jandira, Carapicuíba e Itapevi, na terça e quarta-feira, 25 e 26. As manifestações acontecem entre 6h e 7h.
A categoria reivindica aumento real, valorização do piso salarial, fim do teto de aplicação do reajuste, 40 horas semanais, licença maternidade de 180 dias, fim das terceirizações, renovação e ampliação dos direitos da Convenção Coletiva.
Os metalúrgicos de Osasco e região participam da campanha salarial unificada organizada pela Federação dos Metalurgicos do Estado de São Paulo, que reúne cerca de 800 mil trabalhadores. A data-base da categoria é 1º de novembro.

Porto Alegre (RS): Grupos apresentam propostas aos comerciários

Sab, 22 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de Imprensa da Força Sindica/RS           
Medidas são aprovadas por unanimidade
GTs apresentaram propostas políticas e econômicas a serem postas em prática
A plenária de apresentação das propostas dos grupos de trabalho do I
Seminário de Formação Política e Econômica da Fetracos contou com avaliação dos debates e proposição de medidas. A mesa diretora foi formada pelo presidente da federação, Clàudio Janta, o vice-presidente Dionísio Mazui, o diretor de Formação, Antenor Federizzi, e o presidente do Sindec/Pelotas, Zé Luis.
Os relatores falaram sobre os temas discutidos e o que foi tirado como proposta.
O grupo 1, de Política, propôs um banco de projetos de leis em benefício dos trabalhadores; os sindicatos indicariam candidato a vereador em seus municípios independente de partidos; realizar um curso de formação para os candidatos a vereador; comprometimento de participar dos movimentos estudantis, como a UEE-RS; participar ativamente de grupos políticos e sociais englobando o combate à violência contra a mulher; se envolver com as questões sociais cotidianas dos municípios como saúde, transporte e segurança.
As propostas foram apresentadas por Jefferson Tiego (Sindec/Poa e Secretaria da Juventude da Força), Carmem (Sindec/Guaíiba) e Patrícia (Sec/Pelotas).
O grupo 2, de Economia, colocou como proposta defender a redução da taxa de juros para aumentar investimento e gerar emprego e renda; aumento e qualificação do emprego e da renda; incentivo à agricultura familiar e pequenas propriedades; redução da dívida interna; fortalecimento do papel do sindicato como negociador por melhores condições de emprego, renda e qualidade de vida; investimento em assessoria técnica; fortalecimento do sindicato economicamente, politicamente e institucionalmente; mobilização da categoria; e realizar pressão política reivindicando os interesses dos trabalhadores.
As propostas foram apresentadas por Ramires (Sindec/Alvorada); Sílvia Dutra (Sec/São Jerônimo); Denilson Evair (Sindec/Quaraí); e o assessor econômico da Força, Mário de Lima.
O presidente Janta argumentou que a Fetracos deve "entrar de cabeça na defesa do piso regional e desenvolver uma campanha de partilha dos lucros e receitas (PLRs)". "Se intesificarmos o PLRs estaremos colocando de fato dinheiro no bolso do trabalhador", disse, sugerindo inclusão desta proposta no conjunto do grupo 2.
Os encaminhamentos foram postos em votação e todos os presentes votaram favoravelmente à implantação das medidas.
O vice-presidente Mazui agradeceu a contribuição de todos e disse que o trabalho de organização faz com que todos se envolvam e participem efetivamente.
Janta agradeceu a presença de todos e destacou a importância de participar de um evento de atualização. "Aprendi muito com os painéis e com a troca de experiências, este evento foi muito importante para nos situar. Obrigada também a todos que nos deram suporte técnico", disse.

São Paulo (SP): Aeroviários farão negociação salarial na 4ª feira

Sab, 22 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de imprensa do Sindicato dos Aeroviários-sp
A primeira rodada de negociação entre os sindicatos de trabalhadores do setor aéreo e o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) foi realizada em 6 de outubro, dando início à campanha salarial unificada 2011.
Na reunião, o Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo (Saesp), a FNTTA e demais representantes dos aeronautas e aeroviários defenderam os pontos de pauta reivindicados pelas categorias e reforçaram a importância de acelerar as negociações para garantir a data-base (em 1º de dezembro) e evitar paralisações durante a alta temporada.
A segunda rodada está prevista para o dia 26 de outubro. O sindicato patronal comprometeu-se a apresentar, nesta data, a contraproposta das empresas às reivindicações dos trabalhadores.
As demais rodadas acontecem nos dias 3, 9, 23 e 30 de novembro, sempre
às 14 horas, no Rio de Janeiro. Os sindicatos de trabalhadores entregaram
a pauta ao SNEA em 15 de setembro, para antecipar o início da campanha salarial.
Ambas as categorias defendem reajuste salarial de 13% (que representa as
projeções da inflação no período mais o crescimento da produtividade das
empresas) e não abrem mão do aumento real nos salários. O reajuste sobre os
pisos defendido pelos aeroviários é de 20%, além da criação de dois novos
pisos: para operadores de equipamentos de viatura e despachantes de check-in e de aeroporto.
Também são defendidas diárias de R$ 54,00 e cesta básica de R$ 300,00,
independente da faixa salarial do trabalhador, e a ampliação de direitos
sociais, visando o aumento da licença-maternidade e benefícios iguais para
parceiros de mesmo sexo.
SNETA - O Saesp entregou a pauta ao sindicato das empresas de Táxi Aéreo no dia 19 de outubro. Ainda não há agenda de negociação.

São Paulo (SP): Parceria com o SESI visa reduzir doenças ocupacionais

Sex, 21 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de imprensa do Sinal
A primeira etapa de negociação entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), juntamente com uma comissão de líderes sindicais dos estados e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada no último dia 17 de outubro, resultou na conquista de uma atenção exclusiva à saúde para o setor de frigoríficos. O programa vinculado à CNI promete reduzir a incidência de doenças e acidentes de trabalho por meio de ações preventivas.
O presidente da CNTA, Artur Bueno, aprovou a iniciativa e acredita que a parceria irá contribuir para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador que, dentre outras condições precárias de trabalho, enfrenta atualmente jornadas excessivas sem a oportunidade de descanso e refeição adequada.
Segundo ele, o Serviço Social da Indústria (SESI), já está estudando as características do setor para definir medidas que possam colaborar com a redução de doenças ocupacionais e acidentes no setor.
"A questão da saúde e da segurança para nós está em primeiro lugar. Dentro dessa possibilidade, evidentemente que nós estamos abrindo negociação para os outros itens como a questão do piso e horário para refeição porque a questão do trabalhador ter uma refeição de três em três horas faz parte também da saúde do trabalhador e eles foram sensíveis com essa questão", diz.
O presidente do Conselho de Relações do Trabalho e Desenvolvimento Social da CNI, Alexandre Furlan, avalia que o primeiro passo da negociação acaba de ser dado, assim como a evolução da discussão de outros pontos que serão debatidos a partir de agora entre as bases patronais.
"Vamos mostrar para as bases o que nós estamos realizando aqui no topo da pirâmide para que eles saibam o que estamos discutindo e nos respaldem, tanto no sentido de nos dizer até onde é possível fazer concessões, até onde é possível buscar essas melhorias porque a síntese de tudo é que não é um benefício nem só para o trabalhador nem só para a empresa. Acho que é um benefício para a sociedade quando você tem uma indústria mais saudável", diz.
Durante o encontro, a CNTA expôs as prioridades para o setor em exposições de estudos levantados pelos representantes do Dieese, Carlos Eduardo Noronha; da assessoria jurídica da CNTA, Sid Riedel; e da engenheira em segurança do trabalho, Maria Elídia Vicente.
De acordo com Artur, a expectativa é evoluir as negociações com a CNI até o dia 17 de novembro, data do seminário nacional da CNTA que será realizado em São Paulo, para avaliar o andamento das negociações a partir da data de entrega da pauta de reivindicações, ocorrida em setembro desse ano.
"Deixamos claro que como início a parceria com o SESI é interessante, mas é preciso evoluir mais. Falamos para eles que nós temos pressa. Nós estamos programando um seminário e nele nós precisamos pelo menos ter uma visão mais clara de até onde nós já chegamos e eles se comprometeram a conversar com as bases deles e nos posicionar", diz.

Norma Regulamentadora

Na ocasião, também a CNTA juntamente com a comissão concluiu a proposta da CNTA para constar na Norma Regulamentadora dos frigoríficos, entregue ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para análise.
O documento elaborado faz parte da discussão e aprovação no 5º Congresso Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação, realizado nos dias 20, 21 e 22 de setembro, para tentar regulamentar o trabalho nos frigoríficos de forma a atender as necessidades da categoria.
“A nossa proposta contém doze itens. Entre eles, um ponto importante é que a cada 50 minutos de trabalho o trabalhador tenha 10 minutos para poder se refazer. Hoje foi o último dia para consulta pública e agora as sugestões serão analisadas para estar sendo elaborada a NR para ser publicada e passar a vigorar”, finaliza Bueno.

Fortaleza (CE): Sintepav-CE recebe a ilustre visita do Ministro Lupi

Sab, 22 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de imprensa do Sintepav-CE            
“Mais um marco na história da entidade, tenho orgulho desse momento”. Raimundo Nonato Gomes
Na última quinta-feira 20 de outubro de 2011, o Ministro do Trabalho e Emprego do Brasil, Sr. Carlos Lupi visitou as instalações do SINTEPAV-CE e o Centro de Treinamento da entidade, onde estão sendo realizados cursos de Soldagem Eletrodo Revestido.
Na ocasião, o Ministro parabenizou a entidade pela iniciativa. “A proposta do sindicato é ser um instrumento de qualificação de trabalhadores. Assim, o SINTEPAV-CE está cumprindo o seu papel, organizando, com uma boa estrutura, a Escola de Soldadores, onde o aproveitamento é de 100%, uma vez que os alunos já saem empregados”, afirmou Lupi.
Após a conclusão do curso na Escola de Soldadores, os alunos são submetidos a uma prova que avalia a qualidade de uma solda feita por eles. Os aprovados são contratados imediatamente pela Enesa Engenharia, que atua no canteiro de obra da Usina Termelétrica do Pecém.
Para o futuro soldador Alexandre de Medeiros, de 30 anos, o curso da Escola de Soldadores surgiu como uma excelente oportunidade de construir um futuro melhor. “Eu era auxiliar de eletricista e, quando soube do curso, me inscrevi e fui selecionado para fazer. Considero esta oportunidade tão boa que já recusei dois empregos para continuar o curso. Quando concluirmos, teremos emprego garantido, o que irá mudar muito a minha vida, pois já faz um ano que eu não trabalho com carteira assinada. Além disso, a remuneração é boa e iremos atuar em uma grande empresa, assim, a tendência é só melhorar”, diz.
Com a perspectiva de um emprego formal e com remuneração média de R$ 2.000,00, Alexandre já pode sonhar em construir novos projetos com a esposa. Para ele, o ano terminará com a comemoração do progresso da família. “Neste ano, o Natal já vai ser um pouco mais gordo”, conta.
Além de conhecer a Escola de Soldadores, o ministro Carlos Lupi foi homenageado pelo sindicato com o certificado de Defensor do Trabalhador Cearense. “A homenagem é uma forma de reconhecer a atuação do ministro, que tem trabalhado muito para que o Brasil alcance excelentes resultados na geração de empregos, bem como na conciliação e na mediação dos trabalhadores”, afirmou o presidente da entidade que entregou emocionado a placa ao Ministro.
A tarde foi de muita festa, entre homenagens e discursos dos presentes, Calos Lupi, posou para fotos com convidados e também com os colaboradores do SINTEPAV-CE, além de uma foto histórica na entrada do prédio com os alunos da escolinha.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

João Pessoa (PB): Geração de empregos cai 36% na Paraíba

Sex, 21 de Outubro de 2011
Fonte: Jornal da Paraíba
Saldo de emprego formal foi de 3,8 mil postos em setembro, mas houve queda em relação ao mesmo período de 2010
William De Lucca
O saldo de emprego formal na Paraíba em setembro foi de 3,833 mil postos (13,2 mil contratações contra 9,3 mil desligamentos), o que representa alta de 1,13% sobre o estoque, mas na comparação sobre os empregos gerados em setembro de 2010 houve queda de 36,34% (6.021 mil) .
O resultado positivo em relação a agosto foi impulsionado pela agricultura, que teve alta na geração de 1.062 novos postos de empregos (7,84%), seguido pelo setor de serviços (914) e da indústria de transformação (835). Os setores da construção civil (494) e comércio (490) completaram a lista dos setores com números positivos. Todos os demais setores registraram também saldo positivo. Apenas a administração pública teve variação nula.
Entre os municípios, João Pessoa (892) e Campina Grande (674) lideraram os empregos em setembro.
No acumulado de janeiro a setembro, o saldo de empregos chegou a 15,513 mil, alta de 4,69% em relação ao mesmo período do ano passado.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Paraíba (Fetag-PB), Liberalino Ferreira, disse que o aumento nos empregos na agropecuária é comum nesta época do ano devido à colheita da cana-de-açúcar. “Além disso, a fruticultura também emprega nesta época do ano, mas o maior número de contratações é no setor sucroalcooleiro”, explica o presidente.
Liberalino revela que o fato de que das nove usinas da Paraíba, seis já promovem contratos efetivos com os cortadores, o que traz uma série de benefícios para os trabalhadores. Entretanto, ele alerta para a queda de empregos no setor com a mecanização. “Esses números cairão cada vez mais, temos de ficar atentos com isso”, explica.Hoje, cerca de 35 mil pessoas trabalham no corte de cana-de-açúcar na Paraíba.
Para o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado (Sindialcool), Edmundo Barbosa, o número de contratações aumenta nesta época do ano, quando acontece o pico da safra. “Ainda assim, as estimativas dizem que no Brasil, para atingir a meta de 600 milhões de toneladas de cana prensada em 10 anos, o dobro da produção atual, precisaríamos de mais 367 mil trabalhadores, o que é improvável de acontecer”, diz Edmundo.
Ele acrescenta que, apesar do aumento da qualificação, há falta de mão de obra, e a mecanização da colheita é a única saída para o aumento da produção.

São Paulo (SP): Sindicato vai ao governo para discutir PDV da GM

Sex, 21 de Outubro de 2011
Fonte: O Estado de S.Paulo           
Metalúrgicos de São José dos Campos reclamam que cortes ocorrem em meio a uma política de incentivo às montadoras
Dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) encaminharam ontem à Secretaria-Geral da Presidência da República e ao Ministério do Trabalho pedido de encontro emergencial para discutir o plano de demissões voluntárias anunciado pela General Motors na terça-feira. O PDV envolve operários da produção da fábrica do Vale do Paraíba e das áreas administrativas de todas as unidades do grupo. A empresa não informou a adesão pretendida.
O sindicato reclama que as demissões vão ocorrer "em meio à forte política de incentivos à indústria automobilística adotada pela presidente Dilma Rousseff com o Plano Brasil Maior". A entidade vai exigir estabilidade para todos os trabalhadores e que não haja diminuição dos postos de trabalho.
A GM informou que não deverá repor as vagas fechadas, pois, com a medida, pretende assegurar "a continuidade de seus projetos futuros de forma sustentável e competitiva".
Hora extra. Na fábrica de São Caetano do Sul (SP), onde o PDV é dirigido apenas aos funcionários da área administrativa, o Sindicato dos Metalúrgicos local negocia a contratação de cerca de 300 funcionários para as linhas de montagem, especialmente dos modelos novos em produção na unidade, como o recém-lançado Cruze e o Cobalt, previsto para chegar ao mercado nas próximas semanas.
"A partir do dia 31, a jornada de trabalho passará das atuais 40 horas semanais para 41,5 horas", disse o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Francisco Nunes. Segundo ele, parte dos funcionários foi convocada para trabalhar neste sábado e há negociações em curso para jornadas extras em novembro e dezembro.
As vagas do pessoal administrativo que aderir ao PDV, informou Nunes, serão extintas porque a empresa considera ter excedente de funcionários nesse setor. A unidade emprega 12 mil pessoas, das quais 4 mil são mensalistas./ C.S.

São Paulo (SP): Juro conta mais que valor da parcela

Sex, 21 de Outubro de 2011
Fonte: Informações do jornal Valor           
Pela primeira vez, o brasileiro passou a considerar o juro na hora de decidir tomar (ou não) um empréstimo, revela um estudo feito pela Serasa Experian e pelo Instituto Geoc, que reúne as principais empresas de cobrança do país, sobre o comportamento do consumidor de crédito.
O valor das taxas cobradas pelas instituições financeiras encabeça a lista dos fatores que pesam na disposição de assumir uma dívida, sendo citado por 64% dos mil entrevistados para a pesquisa "A voz do consumidor", em sua sétima edição anual.
A preocupação com a taxa de juro desbancou, inclusive, o elemento "valor da parcela" - aquela que cabe no bolso -, até então o principal aspecto que o consumidor dizia levar em consideração para fazer um financiamento, tendo sido mencionado por apenas 36% dos entrevistados.
Mas, da teoria para a prática, lá se vai uma longa distância. A mesma pesquisa sobre o comportamento do consumidor de crédito mostra que 18% dos brasileiros não têm ideia de quanto gastam por mês. Pagamento do valor mínimo do cartão e uso abusivo do cheque especial são algumas das práticas que corroboram para o desequilíbrio financeiro.
A perda de controle dos gastos é, aliás, a segunda principal fonte de inadimplência, atrás do desemprego. Segundo a Serasa, 35% dos brasileiros possuíam, em agosto, dívidas em atraso. Do total de CPFs registrados no cadastro negativo do birô de crédito, 57% dos portadores têm dívidas com mais de um credor.
Na avaliação de Carlos Zanchi, vice-presidente do Instituto Geoc, houve, sim, uma evolução no comportamento do consumidor em relação ao crédito, evidenciada pela preocupação com a taxa de juro cobrada nos empréstimos. "Os primeiros resultados da educação financeira estão começando a aparecer", diz. O nível de desconhecimento, porém, ainda é elevado.
A maior parte dos entrevistados (62%), por exemplo, consideram o uso do cheque especial como parte da renda. Cheque especial e cartão de crédito são as linhas para pessoas físicas que mais crescem no ano. "Apesar da percepção de que a taxa de juro é alta, o cheque especial e o rotativo são linhas facilmente disponíveis, por isso o consumidor acaba utilizando essas modalidades", observa Zanchi.
Há ainda uma percepção de que o consumidor endividado se sente, no momento, perdido. Dos mil entrevistados, 40% não sabem o valor total das contas ou parcelas pendentes e 20% dos consumidores não sabem como resolver o problema do endividamento ou, simplesmente, não farão nada para resolvê-lo.

São Paulo (SP): Alckmin procura sindicalistas para estreitar relação

Sex, 21 de Outubro de 2011
Fonte: Informações do jornal Valor
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), decidiu estreitar de vez a relação com o movimento sindical e retomar um contato perdido pelo partido desde a morte do ex-governador Mário Covas em 2001, de quem Alckmin era vice. O tucano recebe hoje cronograma de reuniões e irá, pessoalmente, ouvir as reivindicações dos sindicalistas e responder o que pode ser feito para cada categoria.
A relação inicial lista 22 federações, como os metalúrgicos, os trabalhadores do comércio e dos transportes rodoviários, que somadas representam cerca de 535 sindicatos em todo o Estado. O governador vai atender uma categoria por semana, começando com a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de São Paulo (Fetiasp), presidida por Melquiades de Araújo, um dos fundadores do PSDB.
Alckmin também convidará sindicalistas para integrar a comitiva do governo em eventos oficiais. No domingo, o tucano levou o presidente da Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo (Fecomerciários), Luiz Motta (PDT), ligado à Força Sindical, para inaugurar um hospital público em Barretos e vistoriar obra de saneamento em Hortolândia.
"O governador me chamou pelo carinho que tem pelos comerciários. Foi uma viagem de amizade, para podermos conversar", diz Motta, que ressalta ser o primeiro convite do tucano para eventos do tipo. "Ele me explicou os projetos da Secretaria [de Emprego e Relações do Trabalho] sobre qualificação e das parcerias que podemos fazer para ampliá-los", conta.
Segundo Antonio Ramalho, secretário do recém-formado núcleo sindical do PSDB e presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Sintracon), o governador avalia até receber alguns sindicalistas em jantares e se empenhar na para formar um braço sindical forte no PSDB.
O partido tem dificuldade para conseguir filiações devido ao histórico de distanciamento com o movimento sindical, que é mais próximo do PT, origem da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O tucano também pretende enfrentar o crescimento do PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que filiou o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, disputado pelo PSDB.
A estratégia de Alckmin visa reduzir a influência do principal adversário sobre os sindicatos e pode encontrar cenário favorável nos conflitos dos trabalhadores com o governo Dilma Rousseff (PT), que tem negado aumentos acima da inflação e recorrido à justiça contra greves.

Sete Lagoas (MG): Setor de ferro-gusa demitiu 4 mil pessoas

Sex, 21 de Outubro de 2011
Fonte: Informações do jornal Valor           
A cidade mineira de Sete Lagoas começou a viver seu ciclo de industrialização nos anos 70 com a instalação das primeiras unidades de ferro-gusa. O setor se transformou em pouco tempo na principal força da economia local. Parte importante da produção ia para o exterior, sobretudo EUA e Europa - o que forçou o município a se acostumar com as oscilações da demanda externa. Isso nunca pareceu ser um grande problema. Sete Lagoas se transformou na capital do gusa no Estado. Das 64 usinas de Minas Gerais, 21 estão na cidade. O setor chegou a responder por mais de 70% da arrecadação.
Só no fim dos anos 90 que a cidade ganhou outro setor industrial que mexeu com a economia. A Iveco, a fábrica de caminhões e ônibus da Fiat, se instalou na cidade e atraiu uma cadeia de fornecedores de empresas de autopeças. Em seguida vieram uma fábrica da Ambev e uma cimenteira da Brennand. Bombril, Itambé e Elma Chips são algumas das outras grandes fábricas da cidade. Mas até 2008, o setor de gusa continuava sendo o responsável pela maior parte da arrecadação da cidade.
Quando a crise financeira estourou no fim daquele ano, Sete Lagoas não demorou a sentir os efeitos. Uma a uma as usinas foram vendo sua demanda diminuir. Dos cerca de 5.500 funcionários que as usinas tinham 4.000 foram para a rua. A cidade tem 230 mil habitantes. "A arrecadação de 2009 foi menor que a de 2008. Tivemos de eleger prioridades", lembra o prefeito Mário Márcio (PSDB), que vivia então seu primeiro ano de mandato.
"Tínhamos de diminuir os gastos com cargos comissionados, mas não pedíamos diminuir muito porque já tínhamos 4 mil trabalhadores na rua", lembra ele. Isso sem falar no efeito cascata. Borracharias, oficinas mecânicas, produtores e vendedores de carvão e todos os que tinham seus negócios ligados ao gusa fecharam as portas ou ficaram menores.
O drama só não foi maior porque muitos trabalhadores que perderam emprego foram absorvidos pela construção civil, pela Brennand e pelas frentes de trabalho da prefeitura. Apesar de contar com outros setores, a cidade ainda tem uma ligação estreita com o gusa. "O baque da crise tem reflexo ainda hoje", diz o prefeito.
Produtores de ferro-gusa enfrentam sua pior crise
Produzir ferro-gusa é o negócio da família de Gustavo Costa Paulino desde os anos 70. Foi nessa época que seu pai, Afonso Paulino, fundou com sócios uma siderúrgica no município de Sete Lagoas, a noroeste de Belo Horizonte. Os primeiros clientes eram empresas de São Paulo e Santa Catarina. Mas logo o ferro-gusa da Siderúrgica Paulino (Siderpa) começaria a ser exportado para os EUA e Europa. A empresa passou de 60 funcionários para cerca de 500, ganhou altos-fornos mais potentes - passando a ter um com capacidade para produzir 7 mil toneladas e o outro para 11 mil. Como todo o setor, os Paulino passaram pelas oscilações que são a marca registrada da indústria de gusa e, como todo o setor, chegaram a 2008 com a produção beirando os 100% de sua capacidade.
Mas então veio a crise financeira mundial. A Siderpa parou de abril a outubro de 2009. Foi a primeira paralisação desde 1970. Quando voltou a operar, retornou só com um dos fornos, o menor.
Com câmbio desfavorável, com apetite externo reduzido e com custos do carvão e do minério de ferro nas alturas, o setor ficou de cabeça para baixo. A maior parte das empresas não se recuperou do tombo. E produzir gusa é hoje um negócio duvidoso. "Nos últimos anos, passou a valer mais a pena produzir e vender carvão vegetal do que ferro-gusa", diz Gustavo Paulino, superintendente comercial da Siderpa.
Com as grandes economias patinando e horizonte de mais crise, as perspectivas para o gusa são nada positivas
Ferro-gusa é o primeiro estágio de transformação do minério de ferro. Ele é produzido a partir da fusão entre o minério de ferro bruto e o carvão, além de calcário e outros materiais fundentes, em fornos que passam dos 1.300 graus Celsius. Os lingotes de gusa são usados por aciarias (que o beneficiam para produzir aço) ou por empresas de fundição que agregam outros materiais para fabricar peças fundidas, por exemplo, de motores de carro. Como gostam de dizer os produtores, com gusa se faz de alfinete (que é de aço) a motores de navio e turbinas (que são fundidos).
Minas Gerais, com suas 64 usinas de gusa é o maior produtor do país. Responde por cerca de 60% da produção nacional. O Brasil não importa ferro-gusa. Ao contrário, é um grande exportador.
Em 2007, antes da crise encolher a indústria, as usinas do Estado empregavam direta e indiretamente 50 mil trabalhadores. Naquele ano, a produção chegou a 5,5 milhões de toneladas. Em 2011, as usinas de Minas empregam menos da metade de trabalhadores do que há quatro anos e deverão fechar o ano produzindo 3,5 milhões de toneladas, segundo estima o Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer). O faturamento esperado para este ano é de cerca de R$ 4 bilhões, ante os quase R$ 6,5 bilhões de 2007. Cidades que cresceram nas últimas décadas com o impulso da economia guseira se desorganizaram. Sete Lagoas, por exemplo, viu de repente 4 mil trabalhadores na rua.
"É um setor que está agonizando", diz Sebastião Maciel, porta-voz da Itasider, outra siderúrgica de gusa com sede em Sete Lagoas. "Desde a crise, todos os cinco fornos das usinas estão abafados porque não vale a pena, você paga para produzir." Dos cerca de 800 funcionários, sobraram uns 60.
Vários "guseiros" de Minas Gerais estão desde a crise de 2008 parados, como a Itasider. Outros conseguiram voltar a operar, mas apenas com parte de sua capacidade. Todos eles foram vítimas de uma sequência desastrosa de ocorrências.
O que, em resumo, atropelou o setor foi: os produtores de gusa de Minas e também os do norte do país tinham uma grande dependência do mercado externo, em particular dos EUA e da Europa - mercado que minguou. Sem tanto apetite desses dois compradores, o mundo passou a ter excesso de aço e isso enfraqueceu ainda mais a demanda por gusa.
Ao mesmo tempo, com os preços do minério de ferro e do carvão nas alturas - muito em função da demanda chinesa -, as margens de ganho dos produtores de gusa despencou. Ferro e carvão são os elementos chave dos guseiros. E para coroar o desastre, o câmbio minou as energias do setor que, em Minas, exportava metade do que produzia.
Em setembro, veio a primeira boa notícia em anos: o dólar voltou a se valorizar frente ao real. "O problema do gusa é o câmbio. Rússia e Ucrânia, por exemplo, que também são produtores, mantêm suas moedas desvalorizadas e se protegem", disse Antonio Pontes, outro empresário do setor, há décadas no ramo. Para o Sindifer, com o dólar na casa de R$ 1,70 a R$ 1,80, o setor consegue ao menos equilibrar as contas mesmo com um mercado ainda desaquecido.
"Nos últimos três anos, trabalhamos com rentabilidade zero ou algum prejuízo; isso ocorreu com todos nós. Só subsistimos baixando os custos e cortando pessoal ", diz Pontes numa sala de reunião da sede de sua empresa, o grupo Calsete, em Sete Lagoas. "Do mês passado para cá, com o dólar mais alto, passamos a ter uma rentabilidade de 8%", afirma.
O clima, no entanto, ainda é de cautela, com muitos produtores se perguntando se a taxa de câmbio de fato se manterá mesmo num patamar mais elevado. Não só isso: com as grandes economias do mundo patinando e com um horizonte de novas recessões, as perspectivas para o gusa parecem nada positivas.
"Não estamos vendo uma mudança muito grande no patamar de câmbio [que vinha vigorando antes da alta] e ao mesmo tempo há uma tendência de queda nos preços internacionais de gusa devido à redução global do consumo de aço", prevê Pontes.
"Para as usinas de ferro-gusa não integradas [aquelas que não pertencem a empresas que atuam em toda a cadeia do aço], as perspectivas não são favoráveis", diz ele. Para as usinas integradas, a situação é melhor porque o custo do gusa na fabricação do aço não é tão significativo quanto é o custo do minério e do carvão para as siderúrgicas que só fabricam gusa, acrescenta Pontes.
O empresário deixou de produzir ferro-gusa na usina de Sete Lagoas e passou a fazê-lo no município de Bacabeiras, no Maranhão. Foi uma permuta de ativos com o grupo Gerdau. Para Pontes, que vende 85% de sua produção para os EUA, a mudança reduziu as distâncias entre a planta e seus clientes.
Mas a crise o alcançou no Maranhão. Sua nova usina ficou parada praticamente todo o ano de 2008 e retomou as operações com apenas um de seus dois fornos. Seu faturamento desmoronou de R$ 120 milhões antes da crise para atuais R$ 50 milhões. "Ferro-gusa não é um grande negócio. Não tem muita rentabilidade porque os insumos são muito caros", resume.
Os custos do carvão aumentaram para 65% na fabricação de gusa; os do minério representam 20%, segundo estimativas do setor. Hoje a tonelada do carvão (tipo vegetal) já está em torno dos R$ 300; a de minério, R$ 150.
No fim de 2008, Pontes começou a diversificar seus negócios. Associou-se à BR Malls como minoritário na construção de um shopping (o primeiro e único) em Sete Lagoas. E passou também a investir em reflorestamento.
É o que também fizeram os Paulino, da Siderpa. Formaram uma floresta de eucaliptos de 20 mil hectares em uma área que abrange seis municípios da região centro-norte de Minas. Trata-se de uma fonte valiosa de carvão vegetal. Entre os produtores de gusa de Minas Gerais, uma visão que parece estar se tornando consensual é que se há alguma luz no fim do túnel para os produtores não integrados ela passa necessariamente pela aquisição e formação de florestas para que possa garantir uma fonte sustentável de carvão. O problema é que na época das vagas gordas, muitos acharam que isso não era prioridade. Agora, descapitalizados, quantos poderão fazer investimentos em florestas?
Uma lei estadual sancionada em 2009 estabelece que a partir de 2017 fica proibido o corte de mais de 5% da floresta nativa de cada propriedade para a produção de carvão. "Nós investimos com mais intensidade em floresta desde 2000. Mas ainda se conta nos dedos que tem plantação própria", diz Gustavo Costa Paulino. Com resultados, a Siderpa, segundo ele, atualmente só usa carvão próprio e ainda vende o excedente.
O setor do gusa tem um passado que o condena quando o assunto é carvão. Por décadas se abasteceu de carvão de fontes ilegais, produzidos a partir da derrubada indiscriminada de matas nativas. "Pelo tamanho do parque siderúrgico, Minas sempre consumiu muito carvão, que vem da Bahia, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e também do norte de Minas", diz Alison José Coutinho, superintendente do Ibama em Minas Gerais.
E se há ao menos um aspecto positivo relacionado à decadência do ferro-gusa em Minas Gerais, ele aparece nos resultados dos trabalhos de fiscalização da equipe de Coutinho. "Com o setor operando mais lentamente, o consumo de carvão ilegal diminuiu", diz ele. "Quem comprava de fontes clandestinas, passou a comprar de fornecedores legais porque a oferta de carvão aumentou. É uma lei de mercado."

São Paulo (SP): Governo endurece negociação de reajuste dos aposentados

 Sex, 21 de Outubro de 2011
Fonte: Agora SP e Assessoria de imprensa da Força Sindical
O governo não pretende abrir uma nova discussão para negociar o reajuste acima da inflação em 2012 para os aposentados que recebem mais que um salário mínimo.
A afirmação é do relator-geral do projeto do Orçamento, Arlindo Chinaglia (PT-SP). "A proposta de Orçamento expressa o atual momento do país.
Estamos preparados para enfrentar a crise, mas ao mesmo tempo não temos uma resistência infinita", diz o deputado.
Segundo ele, é "evidente que o governo está trabalhando com a hipótese real de a crise afetar o Brasil".

Brasília (DF): Previdência: quase 70% dos domésticos não têm carteira assinada

Sex, 21 de Outubro de 2011
A relatora da proposta que iguala os direitos dos domésticos aos dos demais trabalhadores, Benedita da Silva, quer definir quem vai custear a garantia dos novos direitos.
O diretor de Regime Geral da Previdência Social (RGPS), Rogério Nagamine Costanzi, apresentou nesta quarta-feira, na Câmara, dados que mostram que o País tem 7,2 milhões de trabalhadores domésticos, 93% são mulheres e a maioria trabalha sem carteira assinada. "Temos 5,2 milhões desses trabalhadores na informalidade, desses 3,6% ganham menos de um salário mínimo por mês".
Os números foram apresentados durante audiência pública da comissão especial, criada para discutir e dar parecer à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 478/10, que iguala os direitos dos empregados domésticos aos dos demais trabalhadores.
A presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosângela Nassy, destacou ainda que atualmente as principais irregularidades na relação entre os empregados domésticos e os patrões são jornada de trabalho excessiva, descontos indevidos nos salários, além da falta de carteira assinada. “Não temos a menor dúvida de que é chegado o momento de acabar com o parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal, para que possamos igualar esses direitos" assinalou.
Já diretora do CFêmea, Natália Mori Cruz, afirmou que as empregadas domésticas trabalham em média 54 horas semanais, quando a Constituição Federal estabelece o limite máximo de 44. "A Constituição Federal, tida como uma constituição cidadã, permitiu essa desigualdade de direitos. Só essa categoria ficou isenta de uma série de direitos trabalhistas. O que justifica uma categoria não ter uma jornada de trabalho estabelecida?", questionou.
Rosângela Nassy acrescentou que somente com a aprovação da PEC o Brasil cumprirá efetivamente a Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da proteção dos direitos humanos e dos princípios e direitos fundamentais do trabalho.
Fonte de custeio
O diretor do RGPS afirmou, no entanto, que, com a aprovação da proposta, o Ministério da Previdência Social vai incorporar no roll dos direitos dos trabalhadores domésticos o salário-família e o seguro-acidente de trabalho, e que é preciso estabelecer a fonte de custeio. “Isso tem que ser estabelecido em lei, e recairia possivelmente sobre o empregador", destacou.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), relatora da PEC, disse que será necessário ampliar o debate sobre o tema antes de apresentar o relatório. "Ainda temos que ouvir alguns ministros responsáveis pelas áreas ligadas a esse assunto. Todo mundo fala que quer a igualdade de direitos, mas a principal dificuldade é saber quem vai custeá-los. É importante que a gente faça outras audiências públicas. O relatório não pode ser apenas uma letra morta, que seja levado ao arquivo".
A relatora disse que é importante retirar da Constituição Federal o parágrafo único do art. 7º, mas, ao mesmo tempo, é necessária a aprovação de projetos de lei que regulamentem o exercício dos direitos que serão garantidos os trabalhadores domésticos.
Um novo encontro da comissão especial está marcado para a próxima quarta-feira (26).
Íntegra da proposta:
PEC-478/2010
Reportagem Jaciene Alves
Edição – Regina Céli Assumpção

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Bruxelas (BEL): CSI quer que G20 coloque emprego no centro das políticas

Qui, 20 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de imprensa da Força Sindical
A CSI (Confederação Sindical Internacional) está debatendo estratégias para os trabalhadores enfrentarem a crise econômico e financeira que está ocorrendo no mundo, principalmente na Europa e nos EUA.
“A proposta é colocar da Confederação é colocar o emprego no centro das políticas de recuperação da economia”, disse Nair Goulart, presidente da Força Sindical Bahia e presidente adjunta da CSI.
Segundo ela, o Conselho da CSI aprovou as seguintes recomendações ao G20:
-Cobrar impulso para alcançar Pisos de Proteção Social em todos os países,com fundos globais para assistir as nações mais pobres e estabelecer sistemas sustentáveis de seguridade social.

-Apoio a uma taxa sobre as transações financeiras(TTF)
- que os governos reiterem os compromissos com os Direitos fundamentais no trabalho, reconhecendo o papel da negociação coletiva para a manutenção da melhora dos salários assegurando uma distribuição mais justa dos benefícios da produtividade.

Porto Alegre (RS): Novos modelos e formas para aprimorar o ensino e a educação dão o tom dos debates na tarde

Qui, 20 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de imprensa da Força Sindical RS
Na abertura das discussões, o presidente Clàudio Janta saudou o colaborador Paulinho que mesmo trabalhando conseguiu cursar ensino técnico.
A deputada Juliana Brizola mencionou o ideal das escolas integrais pensando e implementado pelo seu avó, Leonel Brizola, com os CIEPs.
Juliana trouxe para a tarde de debates um vídeo sobre o projeto dos CIEPs e o que representou ao Rio de Janeiro, onde foi implementado inicialmente. No RS, o então governador Alceu Collares também implementou um modelo similar. Juliana defende o investimento de governos prioritariamente em educação. Ela disse que apesar da bandeira da educação ser de Leonel Brizola, alguns políticos do PDT não implantam os CIEPs. Por isso, a educação e os CIEPs independem de banderias partidárias. "Sabemos que as desculpas são sempre a falta de dinheiro, mas acreditamos que é uma questão de prioridades", disse. A PEC 215/2011 foi apresentada pela deputada na ALRS para progressivamente o Estado ofereça o ensino de turno integral. O projeto foi apresentado para resgatar a qualidade do processo educacional no RS. Os alunos passam apenas 3,2 horas por escola, quando o recomendado é de 4 horas, seja ensino fundamental ou médio.
"Os CIEPs vem colaborar com tal necessiade dos gaúchos, pois estamos atrás de estados como Maranhão e Pernambuco. Então a PEC vem fundamentada nestas questões", explicou Juliana.
O Executivo é quem decide quais políticas de educação serão tomadas, porém, os deputados pressionam por mudanças e ações. "As mudanças na educação só serão feitas pelo conjunto da sociedade. Sabemos que a realidade educacional está muito abaixo do que precisamos, a população tem que se mobilizar a cobrar, especialmente nas manifestações públicas. Infelizmente o poder político trabalha muito sob a pressão da sociedade", destacou.
Para a deputada, osR$ 75 milhões destinados à educação pelo Plano Plurinual do RS não são suficiente. "É pouco",disse a deputada. A deputada diz que na prática a sociedade faz muito pouco pela educação pública de qualidade. "Em casa todos se rebelam, reclamam, mas falta ação concreta e manifestação", sugeriu Juliiana.
A ex-secretária estadual de Educação, Mariza Abreu, começou sua abordagem da educação pelo viés do desenvolvimento. Mariza foi a gestora estadual do ensino no governo de Yeda Crusius. Segundo a professora, a educação de qualidade para todos garante crescimento de produtividade e inserção do país no mundo global, além, é claro, da qualidade de vida. Aprender é um direito de todas as pessoas que vivem na sociedade.
Mariza apresentou cinco metas do programa Todos pela Educação: currículoo, magiistério, professor valorizado, extensão da jornada de trabalho (mais tempo de aprendizagem) e uso dos resultados da avaliação para melhoria das condições de educação.
"As bandeiras não são a escola integral e, sim, nos levam no caminho do turno integral", afirmou. Como o MEC não faz avaliação da alfabetização das crianças, disse a palestrante, o programa Todos pela Educação tomou a iniciativa de fazer. A secretária mostrou índices muito baixos de alunos capacitados em matemática e português depois de se terminarem os estudos escolares.
Mariza demonstra que a cada governo as despesas com MDE e com educação em relação ao PIB vem diminuindo progressivamente. Ela explica ainda que no regime previndenciário os brigadianos e o magistério são as duas categorias que mais gastam, justamente pela diferenciação previdencária que têm. Assim, a educação e a segurança pública devem ser setores prioritários de investimentos, já que os inativos estão no mesmo filão dos ativos e da infra estrutura da área. "É necessário mais dinheiro? Com certeza. Mas só dinheiro não adianta. É necessário gestão", disse.
Ela explicou a constante disputa na gestão dos serviços públicos no Brasil entre o corporativismo e a cidadania. A ex-secretária fez um resgate histórico sobre a educação escolar nos tempos, passando peloo início do século XX, revolução industrial, até a o século XXI, com a incorporação da tecnologia em todos os espaços da vida social.
Um dos pilares desta nova educação impenge ao aluno e a professor "aprender a aprender", com a escola não sendo mais a detentora da informação. "A escola tem que ajudar a pensar a ter autonomia de conhecimento diante da informação que está solta no mundo, aprender a selecionar, aprender a entender a informação", disse Mariza. Em resumo, a escola tem que preparar o estudante para o uso das novas tecnologias na dimensão pessoal, profissional e cidadã.
Diante da nova relação com o trabalho, a mudança de currículo, especialmente do ensino médio. Assim, há cinco competências básicas da inteligência humana: dominar linguagens, compreender fenômenos, enfrentar situações-problema, construir argumentações e elaborar propostas.
"O problema é como se preparam os professores para ensinar os processos tecnológicos e como transformar essas questões e problemaws em demandas sociais", disse.
"Desatar o nó carreira X salário do magistério é o desafio para poder pensar os novos desafios", frisou. Novas mídias devem promover aprendizado diferenciado e treinamento é fundamental, finalizou Mariza Abreu.
Já Janise Alvares Collares relatou como tem sido a inclusão digital das escolas de Bagé, um município do interior do Estado bastante arraigado, através do programa Proinfo que promove o uso das tecnologias na escola. Na fase piloto, foram adquiridos 445 laptops e depois, com recursos próprios, este número aumentou consideravelmente.
Como os alunos são nativos digitais, Janise destaca a necessidade da formação dos professores através de programas. Entre 2009, 128 participantes fizeram o curso de educação digital (40h) e 30 participantes cursaram o Ensinando e Aprendendo com TICs entre 2010 e 2011. O Projeto UCA, do governo federal, é semi-presencial e ocupa os 26 professores da escola modelo de Bagé.
"Valorizamos as TICs em nossas escolas porque favorecem os alunos, a comunicação entre as escolas, contato com as famílias e auxiliam na prestação de contas para a comunidade", apontou Janise. A democratização do acesso das informações também é citada como grande benefício da inclusão digital das escolas de Bagé. "Democratiza a possibilidade das pessoas estarem em lugares que antes não poderiam estar", disse.
Os alunos PNEs também foram beneficiados sobremaneira neste processo, contou a professora.
A mediação do debate foi realizada pelo presidente do Sindicato dos Zeladores, Edson Feijó.

São Paulo (SP): Práticos de farmácia conquistam reajuste de 10,5%

Qui, 20 de Outubro de 2011
Fonte: Assessoria de imprensa da Fecomerciários-sp
Acordo fechado pela Fecomerciários fixa aumento real de 3,2%
A Fecomerciários, Sinfrafarmas e Sincomerciários filiados em todo o Estado de São Paulo fecharam no dia18 a Convenção Coletiva dos Práticos de Farmácias do comércio atacadista, que têm data base em 1º de outubro.
Pelo acordo, os práticos de farmácia do comércio atacadista tiveram reajuste salarial de 10,5% nos Pisos, aumento real de 3,2% acima da inflação de 7,3% acumulada entre 1º de outubro e 30 de setembro de 2010. Nos índices superiores aos Pisos o reajuste é de 9,8%, aumento real de 2,5%.
“Foi um bom índice, bem acima da inflação, os práticos de farmácia merecem salários mais justos”, comemorou o presidente da Fecomerciários, Luiz Carlos Motta.
O acordo foi assinado na sede da Federação, na Capital, pelo presidente Motta e membros da Comissão de Negociação com representantes do Sincamesp (Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas, Medicamentos, Correlatos, Perfumarias, Cosméticos e Artigos de Toucador no Estado de SP).

Atenas (GR): Sindicatos prometem maior greve em décadas na Grécia

Qui, 20 de Outubro de 2011
Fonte: Informações do jornal Valor
Uma greve geral de dois dias que os sindicatos prometem ser a maior em anos atinge a Grécia nesta quarta-feira. Enquanto isso, cerca de 50 mil manifestantes reúnem-se no centro de Atenas. A polícia está nas ruas, bloqueia uma importante avenida que passa pelo Parlamento e fechou duas estações do metrô.
Voos ficaram suspensos até o meio-dia (hora local; 7 horas em Brasília) e toda a atividade pública está interrompida, de dentistas a médicos em hospitais estatais, passando por advogados, comerciantes, farmacêuticos e trabalhadores portuários. Escolas estão fechadas e parte do transporte público está paralisada.
O movimento é um protesto contra a nova rodada de medidas de austeridade fiscal propostas pelo governo do país e que deverá ser votada amanhã pelo Parlamento. As medidas somam-se a repetidos cortes do gastos e aumentos de impostos, reduções de aposentadorias e à suspensão de contratos coletivos de trabalho.
“Esperamos que a greve seja a maior em décadas”, disse o vice-presidente do sindicato Adedy, Ilias Vrettakos. “O fato de vários segmentos da sociedade estarem participando dá uma nova dimensão à resistência social dos trabalhadores e do povo em geral e esperamos que essa mobilização tenha um impacto sobre os acontecimentos políticos”, acrescentou.
(Associated Press)

São Paulo (SP): Reajuste é maior para profissional sem diploma

Qui, 20 de Outubro de 2011
Fonte: O Estado de S.Paulo
Segundo dados do IBGE, de 2003 a 2010 a remuneração do trabalhador com curso superior tem subido menos que a dos não diplomados
SILVIO GUEDES CRESPO
Enquanto empresas reclamam da falta de profissionais qualificados, pesquisas mostram que os maiores reajustes salariais têm sido destinados a quem não tem curso superior. Já a renda média de quem tem diploma universitário está praticamente estagnada.
Em 2007, quem tinha curso superior ganhava 168% mais do que aqueles que pararam no ensino médio, segundo um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Dois anos depois (dado mais recente), o número caiu para 156%.
Isso ocorre porque a remuneração dos menos instruídos tem subido mais que a dos diplomados. De 2003 a 2010, a renda dos que têm curso superior aumentou apenas 0,3%, ante 19% a da população ocupada em geral, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para especialistas, um dos fatores que explicam esse movimento é a política de reajuste do salário mínimo, que leva em consideração não apenas a inflação, mas o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). "O salário mínimo vai aumentar 14% no ano que vem. Provavelmente vai ser o maior reajuste de todos", afirma o pesquisador Arnaldo Mazzei Nogueira, professor da FEA-USP e da PUC-SP.
Com o aumento do mínimo, os sindicatos passam a pressionar também por elevações maiores nos pisos das categorias, explica o economista Sérgio Mendonça, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O resultado é um reajuste maior para os cargos mais baixos e um pouco menor para as funções médias ocupadas por quem tem curso universitário.
Mendonça observa, ainda, que a maior parte das vagas criadas nos últimos anos oferece remuneração de dois a três salários mínimos e não exige diploma. Entre 2006 e 2010, foram criados 2,1 milhões de empregos para quem tem superior completo e 6 milhões para quem tem nível médio.
Diploma insuficiente. Outro fator que explica a estagnação salarial da população com curso superior é o fato de que cada vez mais pessoas entram nesse grupo - e nem todas obtêm aumento de remuneração assim que concluem o curso. "Ultimamente, ocorreu uma grande proliferação de cursos, alguns deles com qualidade contestável", afirma Constantino Cavalheiro, diretor da Catho Educação.
Apesar de a diferença entre os salários dos diplomados e dos não diplomados ser cada vez menor no Brasil, ela ainda é alta em comparação com países mais ricos e menos desiguais. Nos Estados Unidos, quem tem diploma universitário ganha 79% mais do que quem não tem; na Suécia, 26%. "Provavelmente está havendo uma distribuição de renda entre os assalariados, mas sem tocar nos ganhos de capital", avalia Nogueira

São Paulo (SP): Prévias mostram inflação pressionada

Qui, 20 de Outubro de 2011
Fonte: O Estado de São Paulo
Puxado pelo minério, IGP-10 vai a 0,64% e IPC-Fipe atinge 0,27% por causa da habitação
Dois indicadores de preços divulgados ontem mostram que a inflação deste mês registrou uma pequena aceleração. Mesmo assim, economistas acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve optar, na reunião que termina hoje, pela continuidade no corte da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 12% ao ano.
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) da FGV atingiu 0,64% em outubro, depois de uma alta de 0,63% em setembro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe teve alta de 0,27% na segunda quadrissemana deste mês, com elevação de 0,04 ponto porcentual ante a primeira quadrissemana.
A alta do IGP-10 foi influenciada pelo aumento do minério de ferro, que, impactado pela escalada do dólar, subiu 5,23% no período. O minério respondeu por um terço da inflação no atacado em outubro, de 0,81%, e um quinto da elevação do indicador cheio, que chegou a 0,64%.
No caso do IPC-Fipe, as pressões vieram especialmente dos gastos com habitação, que cresceram 0,43% ante alta de 0,28% na quadrissemana anterior; despesas com alimentação, que subiram para 0,46% ante 0,39%; e despesas pessoais, que aumentaram 0,51%, com elevação de 0,20 ponto porcentual na comparação com a primeira prévia.
Segundo a economista do Banco Santander, Tatiana Pinheiro, a inflação medida pelo IPCA, usada como referência do sistema de metas de inflação do BC, deve subir 0,50% este mês e ser menor que setembro deste ano (0,53%) e outubro de 2010 (075%). Ela destaca que será a primeira vez no ano que a inflação mensal apurada pelo IPCA ficará abaixo da de 2011. Ela prevê que a inflação do último trimestre fique abaixo do mesmo período de 2010. "O mundo está crescendo menos, as commodities estão em queda e a atividade econômica no mercado doméstico está em desaceleração."
Aceleração. Thiago Curado, economista da consultoria Tendências, também projeta um IPCA menor para este mês, de 0,50% com viés de baixa. Mas ele acredita que a inflação oficial voltará a se acelerar a partir de novembro.
Entre os fatores apontados pelo economista estão a sazonalidade da inflação no fim de ano. Com mais dinheiro circulando na economia em razão do pagamento do 13.º salário, cresce a possibilidade de elevar preço.
Além disso, com o início da entressafra das carnes e da cana-de-açúcar, Curado prevê que os preços dos alimentos e do etanol sejam pressionados. Também o reajuste do mínimo de 14% deve influenciar os preços dos serviços. "Não vemos arrefecimento da inflação nos próximos meses para que o BC corte juros. Achamos que o Copom vai errar."
O economista-chefe da SulAmérica, Newton Rosa, projeta uma inflação mensal menor no último trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2010. Apesar disso, ele acredita que em 12 meses a inflação deve ficar em 6,5%. / MÁRCIA DE CHIARA, ALESSANDRA SARAIVA, MARIA REGINA SILVA

Brasília (DF): Tribunal altera cálculo de IR

Qui, 20 de Outubro de 2011
Fonte: Informações do Valor
Decisões recentes do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sinalizam uma mudança na forma de cálculo do Imposto de Renda (IR) incidente sobre verbas trabalhistas reconhecidas em condenações judiciais. O entendimento anterior da Corte era de que o IR se aplicaria sobre o total acumulado devido pelo empregador. Com isso, a alíquota do imposto retido tendia a ser a mais alta da tabela, de 27,5%. Mas, desde o mês passado, pelo menos quatro turmas do TST já alteraram essa forma de cálculo, entendendo que o IR deve ser aplicado sobre o valor discutido em relação a cada mês trabalhado.
A diferença é que, com a base de cálculo mensal - e portanto menor -, a alíquota cai, pois o IR é progressivo. A instrução beneficia diretamente os trabalhadores, que passam a recolher menos imposto. Em alguns casos, o valor apurado por mês pode cair na faixa de isenção, enquanto a soma atingiria a alíquota cheia. A 2ª Turma do TST, por exemplo, aplicou o novo cálculo recentemente, ao julgar uma ação de uma trabalhadora contra a Petrobras. A 8ª Turma decidiu da mesma forma, em um processo envolvendo uma empresa de seguros e previdência. Também há decisões semelhantes da 4ª e 5ª turmas.
O novo entendimento segue a Instrução Normativa nº 1.127, editada em fevereiro pela Receita Federal, que determinou o mês de competência como critério para a base de cálculo do imposto. A norma regulamentou a Lei nº 12.350, de 2010, alterando a forma de apuração do IR sobre rendimentos recebidos de forma acumulada por pessoas físicas.
Apesar de não afetar o caixa das empresas, a instrução normativa gerou dúvida entre os empregadores, por contrariar a jurisprudência do TST. A Súmula nº 368 do tribunal, editada em 2005 e ainda em vigor, diz justamente o contrário da regra da Receita - ou seja, que o IR se aplica sobre o valor global das verbas trabalhistas. Segundo o advogado Daniel Chiode, do Demarest & Almeida Advogados, que defende grandes companhias, alguns juízes de primeira instância começaram a aplicar o novo critério logo após a edição da norma da Receita. "Mas as empresas ficaram inseguras, sem saber se deveriam seguir a instrução normativa ou a súmula do TST", diz.
Ao optar pela nova forma de cálculo, as turmas do TST vêm entendendo que a instrução normativa afastou a aplicação da Súmula 368, por ser posterior a ela. Para Chiode, trata-se de uma sinalização de que pode haver uma mudança na jurisprudência do tribunal. "Esses primeiros julgados ensaiam uma redução do Imposto de Renda para o trabalhador", afirma.
A advogada Monya Tavares, do escritório Alino & Roberto e Advogados, que representa trabalhadores, defende a apuração do IR mês a mês. "É um critério mais justo, pois leva em conta o período em que a verba trabalhista deveria ter sido paga", afirma. Apesar das decisões recentes das turmas, a situação ainda não está totalmente pacificada, pois a Súmula 368 permanece em vigor.
"A questão terá que ser analisada pelo pleno do tribunal", explica o ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, que preside a Comissão de Jurisprudência do TST. No mês passado, numa tentativa de solucionar a questão, a comissão propôs à Corte uma alteração da Súmula 368. Mas ainda não há previsão de data para um posicionamento do pleno, integrado pelos 27 ministros do tribunal.
Ives Gandra Martins Filho está entre os ministros que já começaram a aplicar o cálculo definido pela Receita. A tese é de que, como houve uma mudança legal, a jurisprudência do tribunal deve ser revista. Um detalhe importante é que a alteração foi motivada justamente pela parte mais afetada. "Se a própria Receita estabelece um critério mais favorável ao contribuinte, não somos nós que devemos dizer o contrário", diz o ministro.

São Paulo (SP): GM demite um mês após alta do IPI

Qui, 20 de Outubro de 2011
Fonte: O Estado de S.Paulo
Montadora lança programa de demissão voluntária para operários de São José dos Campos e pessoal de escritório de todas as unidades
CLEIDE SILVA
Pouco mais de um mês após a publicação do decreto que aumentou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis importados, medida que beneficia as montadoras instaladas no País, a General Motors iniciou ontem um Programa de Demissão Voluntária (PDV).
O pacote é direcionado aos trabalhadores da área administrativa (mensalistas) de todas as fábricas do grupo e ao pessoal da área produtiva (horistas) da unidade de São José dos Campos (SP). A GM tem mais de 22 mil trabalhadores no País.
A empresa não informou o número de adesões pretendido, nem os benefícios a serem pagos. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Vivaldo Moreira Araújo, o PDV não se justifica. "Mostra que as medidas de incentivo à indústria, tomadas pelo governo federal, beneficiam apenas as empresas, nunca os trabalhadores", disse Araújo.
Segundo o presidente da GM América do Sul, Jaime Ardila, o PDV não está relacionado à desaceleração da venda de carros e aos altos estoques da indústria como um todo, suficientes para 36 dias de vendas. "Trata-se de uma redução permanente para simplificar a organização e ficarmos mais competitivos", disse.
O aumento do IPI em 30 pontos porcentuais para carros que não tiverem 65% de peças locais foi anunciado como medida provisória (vale até o fim de 2012), até que o governo e a indústria consigam desenhar uma política industrial que melhore a competitividade do setor.
De acordo com Ardila, o objetivo do corte dos mensalistas é obter maior agilidade e eficiência e reduzir custos. Em relação ao corte de horistas em São José dos Campos, informou estar relacionado ao fato de a empresa ter concentrado a produção de novos modelos nas fábricas de São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS), "onde estamos aumentando as contratações". Em São José são fabricados os modelos Blazer, Classic, Corsa, Meriva, S10 e Zafira.
Araújo vê o PDV como medida contraditória, pois, segundo ele, não representa a realidade vivida na fábrica. "A linha de produção está mantendo seu ritmo, de 850 veículos por dia. Para se ter uma ideia, trabalhadores estão sendo chamados para fazer horas extras aos sábados", disse. A filial tem 9 mil empregados.
Em nota, a GM disse que a medida é baseada "na intensa competitividade do mercado brasileiro de automóveis".
Férias. Em setembro, a GM deu 14 dias de férias coletivas a 300 trabalhadores da unidade do Vale do Paraíba para adequar a produção ao mercado. Outras montadoras também adotaram medidas para reduzir estoques.
A Volkswagen deu férias coletivas de duas semanas para 1,7 mil dos 3,6 mil funcionários da unidade de São José dos Pinhais (PR), que retornam segunda-feira. Nas unidades do ABC e Taubaté, suspendeu horas extras e emendou feriados.
Na Fiat, 2 mil funcionários, de 15 mil da fábrica de Betim (MG), voltam amanhã de um período de dez dias de licença. A Ford suspendeu a produção em Camaçari (BA) de 12 de setembro a 7 deste mês. Também ocorreram paradas escalonadas na fábrica de São Bernardo do Campo e na unidade de motores em Taubaté.
Em setembro, a produção caiu 19,7% ante agosto, para 261,2 mil veículos. As vendas tiveram queda de 4,9% (311,6 mil unidades). Para este mês, as montadoras esperam chegar próximo a 310 mil veículos.